Mesmo após o anúncio das 12 cidades-sede da Copa do Mundo de 2014, que será organizada pelo Brasil, a Fifa não divulgou o estudo técnico usado como base para a escolha. O documento mostraria a visão da entidade sobre o status do País para a organização do evento e a dimensão do que precisa ser feito.
» Fotos dos projetos de estádios de Sul e Sudeste
» Fotos dos projetos de estádios do Centro-Oeste, Nordeste e Norte.
Durante a cerimônia de anúncio, no domingo, um material encadernado em espiral foi exibido pelo secretário-geral da Fifa, Jérome Valcke. “Aqui está parte do estudo técnico que usamos como base para tomar a decisão”, disse o cartola, levantando o livro fechado. Depois, colocou debaixo do braço e levou embora.
O estudo foi preparado por um grupo de cartolas da Fifa que visitou duas vezes as 17 cidades-candidatas no Brasil. Entre outras atividades, eles sobrevoaram as capitais para observar aeroportos, hotéis, estádios e os trechos entre cada ponto.
O material já estava pronto pelo menos desde o dia 20 de março, data para a qual o anúncio estava previamente agendado, mas foi adiado. Além do caderno impresso, o grupo de estudo preparou uma apresentação exibida em telão para os membros do Comitê Executivo da Fifa, antes do anúncio oficial de domingo, segundo dia de reuniões do 59º congresso da entidade, em Nassau.
Com base no documento, a Fifa decidiu aprovar Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Brasília, Fortaleza, Salvador, Recife, Natal, Cuiabá e Manaus. Outras, Florianópolis, Goiânia, Campo Grande, Rio Branco e Belém ficaram fora.
No dia 25 de outubro de 2007, cinco dias antes de o Brasil ser anunciado como país-sede, a Fifa divulgou o estudo técnico usado como base para a aprovação. Sim, o País foi aprovado, não escolhido. Afinal, foi candidato único.
Aquele documento defendia, por exemplo, que a percepção geral do público em relação à violência no País talvez fosse pior do que a realidade. Os inspetores admitiam que algumas capitais têm problemas de segurança, mas diziam que a maioria das então 18 cidades-candidatas – Maceió desistiu depois – não apresentavam falhas significativas.
Por outro lado, o estudo apontou a precariedade de estádios brasileiros. Na opinião da equipe de inspeção, nenhum dos estádios do País seria apropriado à realização da Copa do Mundo no estágio em que se encontravam.
E já se sabe, mesmo sem divulgação do novo estudo, que os estádios continuam inapropriados até hoje. Tanto que, para o Comitê Organizador, presidido por Ricardo Teixeira, é o assunto mais urgente. Uma reunião está marcada com as cidades-sede para o dia 8 de junho, no Rio de Janeiro.
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