quinta-feira, 07/11/2024
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Estudo: homens perderam mais empregos na crise que mulheres

Os homens perderam mais o emprego do que as mulheres no setor formal durante a crise econômica internacional. Mais mulheres, no entanto, se retiraram do mercado de trabalho. Na prática, a população economicamente ativa se masculinizou, revertendo uma tendência de feminização do mercado de trabalho. As constatações estão no estudo “A Crise Econômica Internacional e os (Possíveis) Impactos sobre a Vida das Mulheres”, lançado nesta quinta-feira pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres do governo federal.

O estudo foi feito em parceria com o IBGE, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT).

O trabalho, desenvolvido pelo Grupo de Trabalho da Crise e criado no âmbito do Observatório Brasil da Igualdade de Gênero, se baseia em indicadores do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, do Ministério do Trabalho (Caged), da Pesquisa Mensal de Emprego, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (PME/IBGE) e da Pesquisa de Emprego e Desemprego, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos e Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (PED/Dieese-Seade).

As taxas de desemprego femininas são normalmente mais elevadas que as masculinas. No contexto de crise, porém, o estudo mostra que as taxas de desemprego masculinas tendem a crescer mais.

De setembro de 2008 a abril de 2009, o crescimento do desemprego foi de 24% entre os homens e de 11,2% entre as mulheres, sendo neste grupo a alta de 21,3% para as brancas e de 4,1% para as negras. A razão do aumento maior do desemprego para eles é simples: os setores mais atingidos pela crise foram a indústria da transformação e a construção civil, que tradicionalmente empregam mais homens.

Outra justificativa para a menor elevação na taxa de desemprego entre as mulheres é o fato de elas terem se retirado do mercado de trabalho – muitas trabalhadoras perderam seus postos de trabalho e desistiram de procurar emprego, ficando de fora das estatísticas.

“Em situações de perda de emprego ou ocupação no núcleo familiar, há maior probabilidade de que mulheres retornem às suas casas e se responsabilizem pelas atividades domésticas do que homens, seja pelo fato de que trabalhavam em pequenos empreendimentos familiares que não sobreviveram à crise, seja porque a perda de rendimento familiar impossibilitou a manutenção de uma trabalhadora doméstica”, analisa o estudo

A.Brasil

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Parmenas Alt
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