quinta-feira, 07/11/2024
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Estudo genético confirma associação da maconha com esquizofrenia

Pesquisa publicada recentemente no peri&oacutedico cient&iacutefico&nbspPsychological Medicine&nbspcomprovou por meio de an&aacutelises gen&eacuteticas o que estudos anteriores j&aacute haviam sugerido de forma observacional: o consumo da maconha &eacute particularmente perigoso para pessoas com propens&atildeo gen&eacutetica &agrave esquizofrenia, mas, principalmente, que os esquizofr&ecircnicos tendem a usar mais a droga.&nbsp

Evid&ecircncias gen&eacuteticas

No novo estudo, pesquisadores da Escola de Psicologia Experimental da Universidade Bristol, no Reino Unido analisaram fatores gen&eacuteticos que podem prever se uma pessoa &eacute suscet&iacutevel a usar cannabis e tamb&eacutem sua suscetibilidade &agrave esquizofrenia. Os resultados confirmaram que&nbspcome&ccedilar a fumar maconha pode sim aumentar o risco de esquizofrenia, mas, em especial, uma pessoa&nbsp&nbspque carrega genes associados &agrave doen&ccedila s&atildeo mais propensas a se tornarem usu&aacuterias da droga&nbspe a fazer isso de forma abusiva.

Um das poss&iacuteveis explica&ccedil&otildees para essa rela&ccedil&atildeo, segundo os autores, &eacute que os fatores gen&eacuteticos para a esquizofrenia s&atildeo mais fortes do que aqueles para o uso da cannabis. Marcus Munaf&ograve, coautor do estudo, especula tamb&eacutem que certos comportamentos ou sintomas associados ao risco de esquizofrenia podem ser aliviados pelos efeitos da cannabis. Em outras palavras, o consumo de cannabis pode ser uma esp&eacutecie de automedica&ccedil&atildeo nessas pessoas.

Outra poss&iacutevel explica&ccedil&atildeo, segundo o especialista, &eacute que as pessoas com maior risco de esquizofrenia podem desfrutar mais dos efeitos psicol&oacutegicos da cannabis.&nbspH&aacute um consenso crescente de que o consumo de cannabis pode aumentar o risco de desenvolver esquizofrenia. Nossos resultados apoiam isso, mas tamb&eacutem sugerem que aqueles com maior risco de esquizofrenia podem ser mais propensos a experimentar&nbspcannabis.

Maconha e esquizofrenia

Estudos anteriores j&aacute haviam mostrado que o consumo de maconha &eacute mais comum em pessoas com psicose do que entre a popula&ccedil&atildeo em geral e que, em muitos casos, esse h&aacutebito tamb&eacutem pode aumentar o risco de sintomas psic&oacuteticos. O uso da droga j&aacute foi associado a sintomas do dist&uacuterbio, como paranoia e pensamentos delirantes, em at&eacute 40% dos usu&aacuterios.

No in&iacutecio desse ano, de acordo com o site especializado&nbspMedical News Today,&nbsppesquisadores alertaram que pessoas jovens que usam&nbspcannabis poderiam aumentar seu risco de desenvolvimento de problemas psic&oacuteticos. Al&eacutem disso, pessoas com esquizofrenia parecem ter uma maior chance de experimentar sintomas psic&oacuteticos ao usarem a droga. Entretanto, at&eacute o momento, esses resultados n&atildeo foram considerados definitivos e especialistas pediram mais pesquisas.

THC versus CBD

Em rela&ccedil&atildeo ao papel da maconha em aumentar ou reduzir os sintomas de esquizofrenia,&nbspMunaf&ograve afirma que, embora sejam necess&aacuterios mais estudos, pesquisas existentes sugerem que dois dos constituintes da cannabis, o tetrahidrocannabinol (THC) e o canabidiol (CBD), podem ser os respons&aacuteveis por esses efeitos contradit&oacuterios.

De acordo com o Instituto Nacional sobre o Abuso de Drogas dos Estados Unidos (Nida, na sigla em ingl&ecircs), enquanto a intoxica&ccedil&atildeo por&nbspTHC tem sido associada com experi&ecircncias psic&oacuteticas transit&oacuterias, o CBD n&atildeo desencadeia altera&ccedil&otildees mentais e pode ter potencial como uma medica&ccedil&atildeo. Entretanto, a maconha recreacional tem um alto teor de&nbspTHC e baixo de CBD, da&iacute sua prov&aacutevel contribui&ccedil&atildeo para o aumento de sintomas psic&oacuteticos em pessoas propensas &agrave esquizofrenia.

Esquizofrenia

O dist&uacuterbio mental &eacute caracterizado quando h&aacute perda de contato com a realidade, alucina&ccedil&otildees (audi&ccedil&atildeo de vozes), del&iacuterios, pensamentos desordenados, &iacutendice reduzido de emo&ccedil&otildees e altera&ccedil&otildees nos desempenhos sociais e de trabalho. A esquizofrenia afeta cerca de 1% da popula&ccedil&atildeo mundial. O tratamento &eacute feito com uso de rem&eacutedios antipsic&oacuteticos, reabilita&ccedil&atildeo e psicoterapia.

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Parmenas Alt
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