Dois estudantes foram presos após tentarem fraudar o vestibular de medicina da Universidade de Cuiabá (Unic) realizado no último fim de semana na Capital. Eles recebiam o gabarito através de mensagens enviadas para seus respectivos celulares. Trata-se de Alexandre Kazumi Leite Tagoe, de 23 anos, e Anny Karoling Macedo, de 20, que foram autuados por tentativa de estelionato.
Ambos relataram que pagariam R$ 3 mil para receber o gabarito. Só precisariam entrar para a sala de provas com o celular e, através de torpedos, receberiam as respostas de cada questão. O esquema foi descoberto após Anny ir ao banheiro e passar pelo detector de metais, que acusou o porte do celular e alertou o fiscal. A prisão ocorreu no sábado à tarde.
Segundo a coordenação do vestibular, às 15h50, o celular de Anny recebeu um torpedo com respostas de sete questões. Aparecia na mensagem o nome de Kazumi. Ao checar a lista de vestibulandos, localizaram o rapaz numa outra sala ainda resolvendo as questões. Os dois, então, foram levados para a Delegacia do Complexo do Verdão e autuados por tentativa de estelionato.
A estudante relatou que estuda medicina na cidade de Cacoal (RO) e queria se transferir para a Unic. Entrou na internet, mas não conseguiu informações. Ela, então disse que recebeu a proposta de pagar R$ 3 mil para comprar o gabarito. As respostas seriam entregues através de torpedos em celulares para as questões de sábado à tarde e também da prova de domingo de manhã.
As investigações complementares ficaram a cargo do delegado Clocy Huguiney Oliveira. Ele informou que a próxima etapa será a identificação e localização de quem estava passando as respostas. “O ponto principal do esquema está em quem passava as questões. Com certeza, essa pessoa já recebeu o pagamento. Seria difícil ficar para receber depois”, observou.
Para o delegado, não há indícios de que alguém recebeu o resultado antes da abertura das provas. Ele acredita que alguém fez o vestibular e terminou antes. Anotou as questões e repassou as respostas em seguida. “Tanto que o torpedo chegou quase às 16 horas”, frisou. Horas após a prisão, os advogados dos estudantes conseguiram o relaxamento do flagrante e os dois foram colocados em liberdade. Eles, no entanto, continuam indiciados.
fonte/dc