sábado, 23/11/2024
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Estudantes do Irã chamam presidente de “ditador”

Gritando “morte ao ditador”, mais de 100 estudantes entraram em confronto com policiais e seguidores radicais do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, nesta segunda-feira, na Universidade de Teerã, onde ele discursaria em seguida.

“Presidente revolucionário, nós te apoiamos”, reagiam os radicais, empurrando os que manifestavam sua oposição a Ahmadinejad. Enquanto isso, a tropa de choque se aglomerava diante do campus.

O presidente deve discursar no local nesta segunda-feira para marcar o início do ano letivo. Alunos e acadêmicos de mentalidade liberal criticam o presidente pela repressão à dissidência nos campi universitários do país.

O governo insiste que há liberdade de expressão e de oposição construtiva, mas os estudantes dizem que alguns que falaram contra o presidente foram detidos ou barrados em determinados cursos.

Em dezembro, discursando em outro campus, Ahmadinejad enfrentou alunos que tentavam perturbar sua fala soltando rojões e queimando a foto dele. Na ocasião, autoridades disseram que o presidente reagiu calmamente.

Os ataques de Ahmadinejad ao Ocidente e sua agenda populista dividem opiniões no Irã. O discurso na Universidade de Teerã estava marcado para a semana passada, mas foi adiado devido a uma suposta indisposição do presidente.

Enquanto alguns estudantes gritavam pela libertação de seus colegas presos, os simpatizantes de Ahmadinejad bradavam “hipócritas, saiam da universidade” e agitavam cartazes de teor religioso.

Mais de cem alunos, que tentaram deixar o campus para continuar o protesto, tiveram uma rápida briga com a polícia do campus, que tentou contê-los. Eles gritavam que o presidente é “fonte de pressão e discriminação”.

Os seguidores de Ahmadinejad sofreram uma forte derrota nas eleições municipais de dezembro, especialmente em grandes centros urbanos, como Teerã. Os governistas enfrentam outro teste em março, quando há eleições parlamentares.

“Não votei nele, mas não era contra ele (na eleição presidencial de 2005). Se eu tinha dúvidas da última vez, estou completamente seguro desta vez que não vou votar nele”, disse um estudante de 22 anos, pedindo anonimato.

Yahya Saffarian, aluno que foi suspenso da universidade, disse a uma entidade local de direitos humanos neste mês que o governo está tentando retirar adversários dos campi.

“Se a educação é um direito, não vamos desistir, e se é um privilégio, parece que só um grupo específico tem direito a ele”, afirmou.

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Parmenas Alt
Parmenas Alt
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