Levantamento realizado pelo jornal Folha de S.Paulo revela que, em decorrência da crise econômica e da dificuldade de arrecadação, estados adotaram medidas que reduzem investimentos em 46%. Segundo a reportagem, capa da edição de ontem segunda-feira (15), mesmo os entes mais desenvolvidos padecem de “obras paradas, adiamento de novos projetos e atrasos em pagamentos de serviços”.
Segundo o levantamento, o volume de investimentos nos 26 estados e no Distrito Federal teve redução de R$ 11,3 bilhões, nos quatro primeiros meses de 2014 (valor já corrigido pela inflação), para R$ 6,2 bilhões no mesmo período do ano passado – queda de 46%. A reportagem mostra casos em que esses cortes orçamentários foram quase totais: em Minas Gerais foi de 97%, enquanto no Distrito Federal foi de 91%.
Obras públicas e compra de equipamentos, lembra a Folha, são algumas das atividades atingidas pela restrição no investimento por parte dos estados. “Entre as dez maiores economias do país, só a Bahia elevou seu volume de investimentos no ano”, registra a reportagem, lembrando que até projetos de menor porte em setores como mobilidade e saneamento, por exemplo, serão atingidos pelas restrições.
O jornal informa ainda que, sem os recursos de investimento, governadores tentam ao menos manter em andamento os projetos já iniciados. “Sem essas obras, a economia como um todo acaba sendo afetada. O mercado de máquinas para construção, por exemplo, estima para este ano uma queda de 36% na demanda de novos equipamentos – valor comparável apenas ao registrado em 2009, em meio à crise internacional. Além disso, com a crise atual os gastos dos governos ficam limitados e acabam voltados à remuneração de servidores, a projetos já existentes e ao custeio da máquina”, acrescenta o jornal, descrevendo a situação de alguns estados.
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