Governo do Estado, Governo Federal, gestores municipais e sociedade organizada acerca da manutenção e implantação das estradas vicinais que ligam os municípios da área de influência da BR-163, à estrada federal.
Durante o evento denominado tema “Plano Amazônia Sustentável – A área de influência da BR-163: Estradas Vicinais e Programa de Recuperação de Áreas Degradadas”, o governador Blairo Maggi afirmou que se Mato Grosso receber o maquinário do Governo Federal, o Estado arcará com os custos tanto do óleo diesel, quanto da manutenção dos equipamentos para a recuperação das estradas vicinais. “Nós temos um grande programa de asfaltamento no Estado, porém, para abranger as vicinais, ele [o programa] ainda é insuficiente e pequeno perto da grande demanda que o estado tem, já que são 28 mil quilômetros somente de estradas estaduais e milhares de outros de estradas municipais”, disse.
Maggi disse que o foco sobre como a experiência de cada uma das partes pode somar esforços para fazer algo melhor, deve ser mantido. “Então hoje a discussão é essa: como é que nós podemos fazer para que essas estradas sejam melhoradas com esses programas e parcerias com os municípios que nós já temos, como no caso dos consórcios rodoviários. A idéia é trazer o Governo Federal para dentro desses consórcios com mais máquinas, mais óleo diesel e mais recursos para algumas obras”, explicou o governador, ao relembrar o trabalho que já vem sendo executado.
O governador lembrou que o sistema de consórcio implantado aqui servirá de modelo para ser implantado no Pará e no Amazonas, e que com esse espírito agregador, Mato Grosso sai na frente para sanar a questão da acessibilidade nos locais do extremo norte do Estado. “Talvez o encaminhamento seja esse, a gente fazer alguns asfaltamentos em algumas rodovias, agregar aquilo que o Estado já vem fazendo ao modelo da União e também agregar algumas máquinas novas não só nas rodovias estaduais, mas também para que o Estado execute obras nas vicinais em assentamentos e ligue esses locais à estrada federal”, disse.
Em toda sua extensão, a BR-163 possui 3.467 quilômetros, desde Tenente Portela (RS) até Santarém (PA). De Cuiabá (Trevo do Lagarto) a Santarém, são 1.780 quilômetros, dos quais 953 Km ainda não foram asfaltados. Do total sem asfalto, apenas 53 quilômetros fica em Mato Grosso, no trecho entre Guarantã do Norte e a Divisa com o Pará.
O maior e mais problemático trecho sem asfalto da BR-163, de 900 quilômetros, fica no lado do Pará, pois dos 1.065,7 quilômetros entre a divisa com Mato Grosso, até o Porto de Santarém, apenas 112,7 quilômetros estão pavimentados. A situação da rodovia naquele Estado é precária, com pontes de madeira extremamente inseguras e grandes atoleiros no período das chuvas que a tornam praticamente intransitável.
O evento ocorrido na tarde desta quinta-feira (12.03), no Parque Florestal, em Sinop (500 Km ao Norte da Capital), foi o primeiro de um amplo debate que ocorrerá em todos os Estados da Amazônia Legal. Além do governador, ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República e coordenador do Programa Amazônia Sustentável, Roberto Mangabeira Unger, vice-ministro do Ministério dos Transportes Paulo Sérgio, diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura dos Transportes, Luiz Antônio Pagot, e do vice-governador Silval Barbosa, participaram do encontro o secretário de Infraestrutura, Vilceu Marcheti, deputados estaduais e federais, prefeitos e lideranças de 47 municípios da região e representantes do setor do Agronegócios.