A missão do Estadão no último domingo (9) foi tentar atribuir ao Governo Bolsonaro um esquema de compra de apoios
A missão do Estadão no último domingo (9) foi tentar atribuir ao Governo Bolsonaro um esquema de compra de apoios entre parlamentares (semelhante ao mensalão), através da publicação de três matérias correlatas. O objeto da série assinada pelo jornalista Breno Pires, no entanto, foram as indicações de emendas franqueadas e previstas no Orçamento Público aos deputados e senadores, independente de bandeira partidária ou posição política.
Pires define como “orçamento secreto” os valores das indicações para aquisição de maquinário agrícola, alegando que o montante diverge da sugestão feita pelo Ministério do Desenvolvimento Regional, ainda em 2019.
“A cartilha de emendas é um material de apoio aos parlamentares, que busca orientar acerca das ações necessárias a serem realizadas para acessar os instrumentos disponíveis no Ministério do Desenvolvimento Regional. Vale ressaltar que a cartilha não é um normativo”, detalhou o MDR em nota.
“Outros fatores ocorridos desde 2019, a exemplo das variações no dólar e dos impactos da pandemia, também devem ser levados em conta, pois podem impactar no valor de mercado do produto. Por fim, há ainda as diferenças entre os preços praticados em cada região do país”, completa o esclarecimento suprimido pela redação do Estadão.
Como pode ser secreto algo amplamente divulgado, discutido e aprovado na Lei Orçamentária? “É plenamente legítimo o parlamentar destinar melhorias para os municípios de sua base. É, inclusive, papel do parlamentar lutar por conquistas para seu estado e seus municípios. Sobre as máquinas da Codevasf, o próprio ministro Rogério Marinho já manifestou que não existe orçamento secreto e irregularidade, até porque, no caso do Ceará, essas máquinas foram adquiridas pela própria Codevasf e serão doadas aos municípios”, divulgou o deputado Domingos Neto (PSD-CE) citado na reportagem.
Se Bolsonaro está comprando esses apoios, algo está dando errado no esquema. Acusado de favorecimento, o deputado José Nelto (Podemos-GO) escancara inconformidades com o Governo, principalmente através de críticas e posiconamento áspero sobre o Ministério da Economia. No Twitter, o parlamentar chegou a sugerir a troca de Guedes, do comando da pasta, pelo economista e ex-BBB, Gil do Vigor.
Em nota, o deputado goiano pontuou que as indicações de emendas obedecem ao um critério técnico e que “as instâncias competentes e responsáveis pela execução orçamentária, programação e repasses de recursos oriundos da União são as entidades da administração direta”.
Quem também desmascarou a matéria falaciosa foi o próprio Ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, que expôs a imparcialidade do Governo diante da livre indicação de verbas, inclusive por partidos de oposição, como PT, PCdoB e PDT.
Mais uma vez o jornalismo da extrema-imprensa tentando ditar como você deve pensar e utilizando os meios mais infundados e bizarros para alcançar seus objetivos.