A Assembleia Legislativa começa a analisar projeto de lei do deputado Gilmar Fabris (DEM) que deverá instituir o Programa Estadual de Coleta de Medicamentos Vencidos ou Danificados. A medida obrigará fabricantes, importadores, comerciantes, distribuidores, revendedores de medicamentos, postos de saúde e hospitais no Estado de Mato Grosso, a recolherem em recipientes adequados, todos os medicamentos vencidos ou estragados de que dispuserem.
A coleta deverá ser realizada pelos laboratórios fabricantes e pelos distribuidores de medicamentos com apoio da rede farmacêutica. Gilmar Fabris também sugere proveito às embalagens de papel, papelão, bulas, embalagens plásticas e de vidros.
“As embalagens dos medicamentos poderão perfeitamente ser aproveitadas em programas de reciclagem”, sugere o deputado, alertando que o descarte de medicamentos vencidos no lixo compromete e, muito, a qualidade da água e do solo, trazendo graves prejuízos ambientais e para a saúde da população. O tema tem sido objeto de discussão nos últimos anos por todo o meio acadêmico e científico, pelos Governos em geral, Assembléias Legislativas, Câmaras Municipais.
“Em análise aos projetos que tramitam em vários Estados, notadamente São Paulo e Rio de Janeiro, é que me inspirei para apresentar esse projeto de extrema relevância para saúde pública do nosso Estado”, defende Fabris, cobrando que os órgãos em questão comecem a assumir nova postura em relação ao descarte correto de medicamentos vencidos ou danificados.
Remédios fora do prazo podem causar sérios danos à saúde
Um estudo da Universidade São Judas Tadeu, do Rio de Janeiro, mostra que 98% da população descarta medicamentos de forma incorreta. Segundo a farmacêutica Tânia Carmem Govato, autora da pesquisa, quando uma pessoa joga o remédio no lixo comum, ela estimula intoxicação de crianças, cachorros e outros animais. “O correto é levar os remédios para um posto de coleta. Depois de recolhidos, os remédios passam por uma triagem e, em seguida, são incinerados”explica.