esquema para desvio de dinheiro do Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso (Detran-MT), chefiado por deputados estaduais, criou uma rede de proteção para manter os contratos usados nas fraudes. A informação é do Ministério Público Estadual (MP-MT) e consta no inquérito policial que investiga o esquema.
Os desvios são investigados na Operação Bereré, deflagrada nesta segunda-feira (19).
Entre os outros investigados estão o presidente da Assembleia Legislativa (ALMT), Eduardo Botelho (PSB), o deputado Mauro Savi (PSB), o ex-deputado federal Pedro Henry, o ex-secretário estadual Éder Moraes e o ex-presidente do Detran-MT, Teodoro Lopes, o Dóia.
Os parlamentares afirmaram que ainda devem se pronunciar sobre o caso.
De acordo com o MP, o esquema começou a vigorar em 2009, quando o ex-presidente Dóia assumiu o cargo.
Ele fez acordo de delação premiada com o MP. Segundo ele, o esquema começou na gestão do ex-governador Silval Barbosa (MDB), com a indicação dele ao cargo. A sugestão teria sido feita pelo deputado Mauro Savi, também investigado por suspeita de participação no esquema.
Dóia afirmou que, depois de assumir o cargo, participou de uma reunião com Savi e outros investigados. Na ocasião, o esquema para fraudar o sistema de financiamentos de veículos foi prosposto a ele.
De acordo com o depoimento dele, os investigados, entre eles Savi e Botelho, se organizaram, “a fim de garantir a continuidade do contrato, formando uma rede proteção em troca do recebimento de vantagens pecuniárias”.
Ao todo, 30% do valor recebido pelas empresa vencedora do contrato era repassado ao integrantes da quadrilha.
Chefes do esquema
Os deputados estaduais Mauro Savi e Eduardo Botelho ocupavam papel de destaque no esquema e integravam o núcleo de liderança. Segundo o MP, eles detinham o poder de escolher e fazer valer as vontades deles.
“Para o desempenho destas funções, os integrantes deste núcleo se valem do poder puramente político e/ou poder político-funcional”, diz trecho do inquérito policial.
O esquema, de acordo com o MP, é formando ainda por dois núcleos: o de operação e o de subalternos.
FONTE/;G1-MT