Esperma criado em laboratório, a partir de células-tronco embrionárias, gerou sete ratinhos, seis dos quais viveram até a idade adulta. O experimento é descrito na edição desta segunda-feira do periódico Developmental Cell. Embora a técnica usada ainda não seja segura o bastante para ser usada em humanos, ela abre perspectivas de tratamento para a infertilidade masculina.
A equipe do cientista Karim Nayernia isolou células-tronco de um blastocisto, como é chamado o embrião em seus estágios iniciais, um aglomerado de células de poucos dias. Células-tronco têm o potencial de se desenvolver em qualquer tipo de célula do corpo. Essas células foram cultivadas em laboratório e selecionadas mecanicamente. Algumas haviam se desenvolvido nas chamadas células-tronco espermatogoniais, que são células de esperma nas primeiras fases do desenvolvimento.
Essas células espermatogoniais foram isoladas, marcadas geneticamente e cultivadas no laboratório. Algumas delas se desenvolveram em gametas, que foram separados e marcados. Esses gametas então foram injetados em óvulos de ratas e cresceram até gerar embriões.
Esses embriões foram transplantados para a rata, que gerou sete bebês. Seis cresceram até a idade adulta.
Além de ajudar a entender a formação do esperma e aprofundar os estudos sobre infertilidade, o trabalho também poderá ter impacto no campo da transferência nuclear, ou clonagem terapêutica, que tem o objetivo de gerar células-tronco específicas para cada paciente, para ajudar em vários tipos de terapia.