sábado, 23/11/2024
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Espécie de morcego começa a se alimentar de sangue humano no País, diz pesquisa

A revela&ccedil&atildeo est&aacute em uma pesquisa conduzida por cientistas brasileiros e publicada em novembro na revista cient&iacutefica Acta Chiropterologica, a mais importante publica&ccedil&atildeo do mundo voltada &agrave pesquisa de morcegos.

O estudo analisou 70 amostras de fezes da esp&eacutecie Diphylla ecaudata, popularmente conhecida como morcego-vampiro-de-pernas-peludas.

Os cientistas conseguiram extrair o DNA de 15 delas – e em tr&ecircs descobriram vest&iacutegios de sangue humano, explica Enrico Bernard, professor do Departamento de Zoologia da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) e respons&aacutevel pela pesquisa.

O estudo foi conduzido no Parque Nacional do Catimbau, na regi&atildeo de caatinga de Pernambuco, a cerca de 300 km do Recife.

&quotDas tr&ecircs esp&eacutecies de morcegos-vampiros que conhecemos, sab&iacuteamos que apenas uma delas se alimentava de sangue humano&quot, conta Bernard, em entrevista &agrave BBC Brasil.

&quotMas nosso estudo mostrou agora que outra esp&eacutecie, o morcego-vampiro-de-pernas-peludas, que s&oacute se alimentava do sangue de aves, tamb&eacutem passou a consumir sangue humano&quot, acrescenta o especialista.

Bernard explica que, diferentemente do sangue de aves, rico em gordura, o dos mam&iacuteferos &eacute mais espesso e rico em prote&iacutena.

&quotSab&iacuteamos que essa esp&eacutecie (morcego-vampiro-de-pernas-peludas) tinha uma adapta&ccedil&atildeo fisiol&oacutegica para digerir apenas o sangue de aves. Mas isso parece estar mudando, j&aacute que ela passou a se alimentar de sangue humano&quot, afirma.

Causas

Na avalia&ccedil&atildeo de Bernard, considerando que o morcego-vampiro-de-pernas-peludas tem fisiologicamente menos toler&acircncia ao sangue de mam&iacuteferos, os novos h&aacutebitos alimentares da esp&eacutecie &quotrefor&ccedilam um cen&aacuterio de escassez de presas&quot.

&quotSendo assim, ou o comportamento alimentar desse bicho &eacute muito mais vari&aacutevel do que imagin&aacutevamos at&eacute hoje, ou h&aacute uma restri&ccedil&atildeo significativa de suas presas nativas&quot, diz o especialista.

Bernard afirma que os resultados do estudo parecem validar a segunda hip&oacutetese.

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&quotEssa por&ccedil&atildeo da caatinga vem sendo bastante alterada pela presen&ccedila humana. As presas nativas desse tipo de morcego – aves maiores, em sua maioria – est&atildeo desaparecendo e seu habitat sendo ocupado por seres humanos e seus animais dom&eacutesticos&quot, afirma.

&quotNosso estudo mostrou, por exemplo, a presen&ccedila de sangue de galinha em algumas das amostras que coletamos.&quot

Impacto

Al&eacutem da defauna&ccedil&atildeo (diminui&ccedil&atildeo acelerada e dr&aacutestica de esp&eacutecies animais), a mudan&ccedila dos h&aacutebitos alimentares do morcego-vampiro-de-pernas-peludas tamb&eacutem pode evidenciar um impacto na sa&uacutede p&uacuteblica humana.

&quotMorcegos transmitem uma s&eacuterie de doen&ccedilas. Se essa esp&eacutecie est&aacute agora se alimentando de sangue humano, precisaremos lidar com um problema de sa&uacutede p&uacuteblica potencial&quot, destaca.

Relatos de morcegos atacando pessoas, especialmente como resultado de transforma&ccedil&otildees ecol&oacutegicas provocadas pela presen&ccedila humana, n&atildeo s&atildeo in&eacuteditos no Brasil.

+ A rara e espetacular &39nuvem ondulat&oacuteria&39 fotografada nos c&eacuteus da Austr&aacutelia

Em 2005, o Maranh&atildeo registrou o maior surto de raiva humana transmitida por morcegos da hist&oacuteria do pa&iacutes.

Na ocasi&atildeo, mais de 20 pessoas morreram v&iacutetimas da doen&ccedila, transmitida por morcegos hemat&oacutefagos (que se alimentam de sangue).

Causada por v&iacuterus, a raiva humana tem sintomas como febre, fotofobia e dificuldades para se alimentar.

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Parmenas Alt
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