Escutas telefônicas realizadas pela Polícia Civil de São Paulo revelam que o Primeiro Comando da Capital (PCC) está arregimentando e cadastrando integrantes da facção criminosa em liberdade, com o objetivo de realizar uma nova onda de ataques. As ligações flagradas pelos investigadores, porém, não indicam se as ações ocorreriam em todo o Estado ou apenas na região do ABC – onde, na última segunda-feira, em São Bernardo do Campo (SP), 13 supostos membros do PCC morreram em confronto com a polícia.
» Juiz determina sigilo no caso dos 13 suspeitos mortos
De acordo com o jornal O Estado de S.Paulo, a “convocação” de lideranças do PCC foi interceptada no dia 22 de junho. Na gravação, um detento chamado Disciplina conversa com Viviane, mulher de BH – uma das lideranças da facção.
No diálogo, é revelado que o comando do PCC está contabilizando todos os chefes de quadrilhas e de pontos de venda de droga sob o controle do grupo e ordenou, para fazer caixa, que todos os integrantes da facção em liberdade elevem sua contribuição mensal de R$ 600 para R$ 1000. O dinheiro extra, além de patrocinar compra de armamentos e outras despesas, serviria também para adquirir cestas básicas para familiares de bandidos mortos pela polícia.
Na ação que resultou nas 13 mortes em São Bernardo, que passaram a ter investigação sigilosa mediante ordem judicial, a polícia diz ter freado planos do PCC de matar pelo menos cinco funcionários do Centro de Detenção Provisória (CDP) da cidade. Agentes penitenciários do CDP ameaçaram ontem realizar paralisação caso o Estado não ofereça mais condições de segurança.
Redação Terra