Você já pensou em trocar bens de consumo em vez de comprá-los? Essa é a proposta da Resolução n.º 3.044, de autoria do deputado estadual Mauro Savi (PR) e publicada no Diário Oficial do dia 09 de maio, que institui na Assembleia Legislativa o Projeto Escambo Cultural. Com base na Resolução, a primeira troca de mercadorias entre os servidores do Legislativo Estadual já está agendada para os dias 16 a 20 de setembro.
O Escambo Cultural deverá ser realizado semestralmente nas dependências do Legislativo sob a organização do Instituto Memória. A troca de produtos culturais é direcionada a todos os servidores da Casa. A data do primeiro Escambo Cultural, segundo a superintendente do Instituto Memória, Isis Catarina Brandão, foi marcada em consideração ao Dia Internacional de Preservação da Camada de Ozônio, comemorado no dia 16 de setembro.
“Trocar e compartilhar bens de consumo e não comprá-los. Essa é a ideia sustentável por trás do escambo, fenômeno que vem renascendo em todo o mundo e que aos poucos chega ao Brasil”, defendeu Savi.
Na ótica sustentável, o escambo se enquadra na chamada teoria dos 3Rs: redução do consumo de resíduos, reutilização dos produtos e reciclagem ao final da vida útil. Ou seja, a troca permite que outras pessoas aproveitem o que você já aproveitou sem a necessidade de comprar um produto novo.
Além disso, o escambo pode trazer ofertas inusitadas, como aquele livro sensacional cuja edição já se esgotou e você não encontra mais em livrarias. “É o momento de criar esse pensamento colaborativo. O consumo individual e desenfreado já é algo do século passado. Compartilhar produtos é a mais nova e melhor alternativa já criada”, argumentou o parlamentar.
Antes de surgir o comércio como é conhecido atualmente, com a utilização de moeda (dinheiro), os produtos eram trocados. O termo “escambo” remete a essas primeiras trocas de mercadorias, quando as pessoas davam o que tinham de sobra ou não precisavam em troca do que necessitavam.
Nesse caso, o valor não era atribuído à mercadoria, mas sim à necessidade que cada pessoa tinha. Esta forma de comércio foi dominante no inicio da civilização, podendo ser encontrada, ainda hoje, em povos de economia primitiva, em regiões onde, pelo difícil acesso, há escassez do meio circulante, e até em situações especiais, em que as pessoas envolvidas efetuam permuta de objetos sem a preocupação de sua equivalência de valor.