Professor de relações internacionais Marcos Vinícius de Freitas acredita que o conflito ainda pode durar mais alguns meses
A guerra na Ucrânia está longe do fim e, agora, os russos tentam corrigir os erros cometidos no início do conflito. Para o professor de relações internacionais Marcos Vinícius de Freitas, a crise deve se prolongar por mais alguns meses. “A guerra da Georgia durou 14 dias. Então, se eu pensar que a Ucrânia é 10 vezes maior que a Georgia, nós podemos chegar até 140 dias, só nessa questão de proporção ou coisa parecida. Todo mundo imaginava que teria um desfecho mais rápido, porque não haveria tanta resistência por parte da Ucrânia. Nós sabíamos que a Ucrânia estava preparada para uma guerra, afinal a Ucrânia vem se preparando para esse tipo de confronto desde quando foi invadida em 2014, mas o que a gente vê é que a Ucrânia se revelou muito mais resiliente. E houve, inicialmente, os russos também irão reconhecer, uma série de erros nas estratégias que eles implementaram”, disse Freitas.
O professor avalia que a guerra na Ucrânia está em uma segunda fase. De acordo com ele, apesar da violência constante, os russos tentam manter as áreas conquistadas. “Mantiveram ali o que eles conquistaram nesse processo todo e, a partir disso, eles começaram solidificar e a consolidar as conquistas que tinham tido. Então, você tem aí dois momentos da guerra. Um início com vários erros por parte dos russos, que foram destacados internacionalmente, nós tivemos um momento de reflexão e de retorno à base, a consolidação daquilo que foi conquistado, e a terceira coisa, que foi a grande surpresa, foi justamente a resiliência da Ucrânia, também apoiada muito por armamentos que vieram do ocidente. E você vê que, nos últimos tempos, a grande coisa que a Rússia tem feito é, justamente, atacar esses armamentos novos e também os canais de suprimento dessas armas”, diz Freitas. O professor aponta que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, quer reviver o império russo e destaca que, por enquanto, as medidas econômicas internacionais contra o país vêm sendo contornadas internamente.
*Com informações da repórter Camila Yunes-JovemPan