quinta-feira, 07/11/2024
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Entraves limitarão expansão agrícola em 2007/08

Safra 2007/08 será de 134,7 milhões de toneladas, 3,9% maior que a atual, mas ritmo deve aumentar. O câmbio, o custo de produção mais alto e o endividamento dos produtores vão limitar o crescimento da próxima safra.

Levantamento exclusivo da Cogo Consultoria Agroeconômica aponta para uma produção de 134,7 milhões de toneladas, um aumento de 3,9% em relação à anterior, menos que na última colheita (8,2%) e que a média das últimas sete safras, que foi de 8,1%. As projeções da consultoria mostram que nas próximas sete colheitas, o ritmo de crescimento será maior, chegando a 7,25% ao ano. Na safra 2014/15 a produção total brasileira ficará em 197,1 milhões de toneladas.

“Os números são conservadores”, diz Carlos Cogo, consultor da empresa. Segundo ele, o custo de produção aumentou muito – entre 15% e 50%, dependendo do produto – e além disso, há a valorização cambial e as dívidas dos produtores. Ele espera que no Centro-Oeste, onde o problema de endividamento é maior, possa ocorrer redução de área.

O aumento de cerca de 4 milhões de toneladas na próxima safra é decorrente da soja e do trigo – este com recuperação de produtividade, depois das perdas da última colheita. A soja seguirá sendo o carro-chefe da lavoura brasileira, com previsão de 61,8 milhões de toneladas, aumento de 7,5%.

“A soja vai abocanhar muita área de milho”, diz Cogo. Diferente do esperado no início do ano, quando os preços internacionais do milho estavam em alta, ele não prevê disputa de área do grão com a oleaginosa. Segundo Cogo, a soja ganha espaço do cereal no plantio de verão, pois os preços deste se reduziram em dólar – devido ao aumento da área nos Estados Unidos. O consultor lembra também que o custo de produção da oleaginosa é menor e a liquidez maior. Outro fator de limite do plantio de milho na primeira safra é o ritmo da exportação, considerado lento, e que pode deixar muito produto no mercado interno. Ele manteve na próxima safra o número da segunda colheita de milho, uma vez que neste ano a área foi muito maior e a produtividade prevista é alta.

Para o trigo, a projeção é de 3,98 milhões de toneladas ou 78% a mais. “Vai ser a cultura que percentualmente terá o maior crescimento”, avalia. Em algumas lavouras as projeções da consultoria são de manutenção ou redução de área. É o caso do algodão – segundo Cogo o cenário ainda está muito indefinido – e do arroz. Neste, o principal problema é o preço que, mesmo em ano de colheita menor que o consumo, está abaixo do custo de produção.

Até 2015, Cogo projeta crescimento maior, devido à demanda por biocombustíveis. Soja e milho tendem a crescer em ritmo semelhante, cerca de 7% ao ano. Ele acredita que o milho ganha em produtividade – e não área – na primeira colheita.

Gazeta Mercantil

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Parmenas Alt
Parmenas Alt
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