No lançamento do site Salários.org.br, a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) divulgou dados que mostram que o volume da folha salarial do setor formal em agosto de 2014 foi de R$ 85 bilhões. Este valor anualizado corresponde a R$ 1,1 trilhão, já com o décimo terceiro salário incluído.
Os números se baseiam no volume pago em salários pelas empresas brasileiras, com base nos depósitos das contas vinculadas do FGTS (iniciativa privada).
O reajuste salarial real médio conseguido pelos sindicatos em setembro de 2014 foi de 1,4%. O reajuste total ficou em torno de 7,5 %.
"Esse reajuste real já foi maior. Mas com o aumento da inflação, ele diminui", diz Hélio Zylberstajn, responsável pelo projeto do Salários. Org.br.
Segundo dados da Fipe, os reajustes salariais representam um terço dos acordos de negociação coletiva no Brasil entre sindicatos. O restante são discussões sobre benefícios, jornada e condições de trabalho.
Nordeste no topo
O Nordeste foi o Estado que aplicou maiores reajustes salariais. O setor de construção civil teve o maior índice de reajuste em setembro: 8,3%.
Segundo o levantamento, entre janeiro de 2003 e agosto de 2014, a folha salarial brasileira cresceu 142%, ou seja, foi multiplicada por 2,4. Neste período, o crescimento mensal médio foi de 0,6%, e o anual foi de 7,9%.
Para Zylberstajn, o aumento de 142% na folha salarial brasileira é resultado do que aconteceu no país nos últimos anos.
"Tivemos oito anos de grande crescimento nas exportações do País. Isso deu um bom colchão para que o governo investisse em políticas distributivas e no mercado de trabalho. Aumentou o consumo e o emprego, principalmente o de baixa renda, além da formalização do trabalho", diz ele
Indexação de salários persiste no mercado
Em seu levantamento sobre contratos e negociações salariais, a Fipe encontrou diversos casos de indexação de salários e pisos.
É o caso de negociações salariais em que o salário é condicionado a inflação. "Essa lembrança do mercado ainda continua", diz Zylberstajn.
Também há negociações de pisos salariais indexados ao salário mínimo e até valores base de Participação nos Lucros (PLR) indexados ao INPC.
Ao mesmo tempo, as empresas começam a se movimentar para incluir cláusulas contratuais que contemplem a união homoafetiva e estendam os benefícios a esses cônjuges.
Por – iG São Paulo