A Câmara de Vereadores de Marcelândia, no norte de Mato Grosso, deve investigar denúncias de abuso sexual contra crianças e adolescentes. As investigações da polícia civil revelaram o envolvimento de empresários e até de um pastor.
Os casos de abuso sexual contra crianças e adolescentes em Marcelândia (distante 710 km ao norte de Cuiabá) provocam a abertura de uma CPI. As investigações da polícia revelaram o envolvimento de empresários e até um pastor.
Nas ruas do centro e da periferia de Marcelândia os adolescentes andam com medo. “Saio sempre com alguém acompanhando comigo”, disse uma menina.
Nas rodas de conversa nessa pacata cidade do norte do estado o assunto é um só: os casos de abuso sexual contra crianças e adolescentes. O juiz proibiu menores de idade de permanecerem na rua após às 23h30. “Então a gente sempre instrui, procura saber com quem anda, o horário que chega em casa”, disse uma moradora da cidade.
Do ano passado para cá dez pessoas foram presas acusadas de exploração sexual contra menores. Antônio Hilário Filho, pastor de uma igreja, foi preso acusado de abusar de oito meninos. Outros dois empresários também estão na cadeia. Uma investigação da Polícia Civil revelou o envolvimento de Deoclécio Monteiro e Jovino Scarpin com adolescentes.
“No caso do Deoclécio, as investigacoes comprovaram que cinco vítimas foram exploradas sexualmente, no caso do Jovino Scarpin três vítimas de exploração”, disse o delegado da Polícia Civil, Luiz Henrique de Oliveira”.
Nas escutas telefônicas autorizadas pela justiça o empresário Jovino Scarpin conversa com uma adolescente. Os dois marcam um encontro. Ele combina o horário da menina sair de casa. O suposto valor combinado seria de R$ 120 para ele ficar com a menina.
A polícia diz que outro empresário, Deoclécio Monteiro se aproveitava de meninas pobres. Na escuta ela diz o preço do que, segundo a polícia seria um programa, algo entre R$ 100 e R$ 200. O empresário pergunta para a menina se ela virá de bicicleta para o encontro ou se ele deve buscá-la.
O processo tramita no fórum de Marcelândia. Na audiência realizada na sexta feira (22), algumas testemunhas de acusação faltaram. Mas a polícia considera que as provas reunidas na investigação são sificientes para uma condenação. Segundo o delegado os homens eram conhecidos como os maiores exploradores sexuais do município.
A situação é tão grave que o juiz da cidade encaminhou um ofício para o legislativo pedindo a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito – CPI para aprofundar as investigações. O presidente da casa após conversar com os colegas disse que a CPI vai ser instalada.
De todos os crimes de abuso sexual praticados no município, 80% deles foram praticados contra vítimas menores de 14 anos.
TVCA