domingo, 22/12/2024
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Empresário Giovani Guizardi diz que o ex-secretário de Educação de MT estabelecia a porcentagem de propina

Depoimento do empresário Giovani Belatto Guizardi, da Construtora Dínamo, realizado na Sétima Vara Criminal de Cuiabá, revela que o ex-secretário de Estado de Educação, Permínio Pinto, seria o principal mentor do esquema de cobrança de propina em cima de contratos de obras de reformas e construções de escolas estaduais, investigados pela Operação Rêmora, do Gaeco [Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado] do Ministério Público Estadual. O MPE apurou que as fraudes na Seduc foram em cima de contratos no valor de R$ 56 milhões, que o objetivo era pagar dívidas de campanhas eleitorais.

De acordo com o empresário, era Permínio quem estabelecia a porcentagem de propina em relação aos valores globais dos contratos de licitações. Para participar do esquema, os empresários teriam que pagar as vantagens indevidas de forma antecipada.  

Guizardi ressaltou, durante o depoimento, que as informações foram repassadas pelo ex-servidor da Seduc, Wander Reis, que à época era superintendente de obras da secretaria. Conforme Guizardi, ele teve conhecimento do esquema entre março e abril de 2015, nos primeiros meses de gestão do Governo Pedro Taques (PSDB)

“O Wander me disse: tem aí hoje em andamento um acerto, de dois empresários, o senhor Ricardo Sguarezi e outro do seu Leonardo [Guimarães Rodrigues – dono da Jer Construtora]. E foi solicitado aos empresários 5% em relação a dois contratos de forma antecipada do valor global do contrato, que nem ainda havia sido executado”,relatou Guizardi, que também figura como réu da Rêmora.

O dono da Dínamo então teria perguntado a Wander quem teria solicitado os valores de propina aos empresários: “Ele [Wander] me disse por quem administrava a pasta, no caso era o Permínio [então secretário da Seduc]”.

Guizardi destacou que chegou até Wander depois de saber que o servidor seria uma indicação do então deputado estadual Guilherme Maluf (PSDB) –  que hoje é conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), e também investigado na operação Rêmora, por supostamente também ter recebido uma parte de propina oriunda do esquema.

Ao conversar com Wander, Guizardi teria se surpreendido ao ouvir do servidor que os contratos na Seduc já estavam sendo disputados por empresários, e que para participar do cartel teria que pagar propina também.

Ressaltou no depoimento, que num primeiro momento, ao procurar o servidor, sua ideia era se inteirar de como funcionava os processos de licitação para participar de forma legítima dos certames. Mas que ao saber do esquema, teria percebido que só conseguiria os contratos se pagasse as propinas.

Guizardi também revelou que procurou Wander a mando do empresário Alan Malouf – proprietário do Buffet Leila Malouf – que estaria procurando uma forma de receber do novo Governo os R$ 10 milhões que tinha investido durante a campanha que elegera Pedro Taques, em outubro de 2014.

“Falei para o Alan: estão operando na Seduc e já existia [o esquema] no Governo [anterior] e estão dando continuidade com dois empresários, até o onde eu sei […]. Se você me permitir, eu tenho como participar dessa operação”, afirmou Guizardi.

COM: RepórterMT

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Parmenas Alt
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