As investigações da operação Bônus, promovida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) apontam que o empresário Valter José Kobori, sócio da empresa JK Desenvolvimento Humano e Treinamento Gerencial, recebeu do grupo que gerenciava o esquema de desvio de dinheiro do Detran, um Mercedes Bens (E 250) blindado, que custa cerca de R$ 300 mil, por alegar que teria recebido ameaça de morte após romper o pagamento de propina à Santos Treinamentos, empresa que também fazia parte do esquema.
Valter José Kobori foi preso em Brasília, na quarta-feira (09). Ele teria recebido mais de R$ 6 milhões do esquema criminoso montado para desviar dinheiro público, por meio de um contrato de prestação de serviços entre a EIG Mercados e o Departamento Estadual de Trânsito (Detran). Kobori foi citado na delação do ex-presidente da autarquia, Teodoro Lopes, o Dóia.
Kobori alegava que estava sendo ameaçado por Roque Anildo Reinheimer e exigiu a compra do carro por temer ser vítima de atentados.
Conforme as investigações, Roque Anildo Reinheimer fazia parte do núcleo de operações do grupo criminoso, no qual a função era elaborar e fazer acontecer tramas ilícitas para manter o contrato da EIG Mercados com o Detran.
Organização criminosa
O esquema que era dividido em três núcleos. Na liderança estavam o deputado Mauro Savi e o ex-secretário da Casa Civil, Paulo Taques.
Kobori fazia parte do núcleo de operação. Os integrantes deste núcleo eram direta ou indiretamente responsáveis pela operacionalização dos esquemas de obtenção de vantagens ilícitas no âmbito do Detran.
Cabia a eles atender as vontades da liderança, tomando as medidas necessárias para que os esquemas de corrupção fossem realizados, bem como atuavam direta ou indiretamente a fim de esconder a atividade dos líderes a quem são vinculados, inclusive, para atos de lavagem de dinheiro.
Entre outras pessoas faziam parte deste núcleo: Pedro Jorge Zamar Taques, Roque Anildo Reinheimer, José Kobori, Claudemir Pereira dos Santos.
O esquema
A empresa EIG Mercados Ltda., antiga FDL Serviço de Registro, Cadastro, Informatização de Documentos Ltda. venceu uma licitação, em 2009, para prestar serviços de registro de financiamentos de contratos de veículos, por um período de vinte anos.
Até a deflagração da Operação Bereré em fevereiro, a empresa recebia anualmente R$ 36 milhões pelo contrato.
Operação Bônus
A Operação Bônus é o desdobramento da Operação Bereré, a partir dos depoimentos dos envolvidos ouvidos na primeira fase da ação, em fevereiro.
Foram expedidos, pelo desembargador José Zuquim Nogueira, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, seis mandados de prisão preventiva e cinco de busca e apreensão em Cuiabá, São Paulo (SP) e Brasília (DF).
Operação Bereré
A Operação Bereré surgiu a partir da delação premiada do ex-presidente do Detran, Teodoro Lopes, o “Doia”.
A Operação bereré foi desencadeada no dia 19 de fevereiro, pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que vasculhou a Presidência da Assembleia, bem como o gabinete de Savi, além das casas dos dois parlamentares. A casa de Savi localizada em Sorriso também foi alvo de mandado de busca e apreensão.
Fonte:RepórterMT