Empresários de Várzea Grande começam a sentir efeitos positivos da I Feira de Negócios do município (Mercovag), realizada em maio deste ano. Promovido pela prefeitura municipal, governo do Estado e outros parceiros, o evento pretendia mostrar a capacidade comercial e industrial da cidade por meio da exposição de empresas locais. Este é o caso da D”Flores Moda Íntima.
Ousadia e criatividade. Essas são palavras-chaves usadas pela empresária várzea-grandense Eliane Nunes para explicar a criação das centenas de modelos exclusivos produzidas em seu ateliê, instalado no Jardim Marajoara. No local, são produzidas cerca de oito mil peças por mês, que são revendidas em lojas de Cuiabá, Rondonópolis e Campo Grande (MS).
Eliane Nunes conta que há cinco anos trabalha no ramo de confecção, mas somente três anos atrás resolveu apostar no mercado de moda intima. “A necessidade fez com que eu descobrisse a minha verdadeira vocação”, destacou a empresária – que já criou mais 800 peças. “Acordo e durmo idealizando um modelito (sic) novo”, brinca a empresária.
Com a ajuda e assessoramento do Serviço de Apoio às Micros e Pequenas Empresas (Sebrae/MT), a empreendedora já pensa em industrializar em grande escala as mais variadas peças e dessa forma atingir o mercado nacional. “Isso ainda não esta sendo possível porque teríamos que aumentar o número de profissionais no setor de produção”, lamenta.
A participação na Mercovag possibilitou a empresária uma maior divulgação dos produtos e ao mesmo tempo o contato com representantes de outros municípios que manifestaram desejo em comercializar os produtos da D”Flores Moda Íntima. “A feira para nós teve um retorno satisfatório”, comemora.
Toda a coleção produzida na indústria várzea-grandense pode ser encontrada em uma das lojas D”Flores, localizadas na Avenida Couto Magalhães, região central da cidade.
TREINAMENTO – Todas as costureiras que trabalham na indústria de lingerie D”Flores são treinadas pela própria empresária. Ela conta que prefere contratar senhoras que nunca trabalharam com costura porque é mais fácil de se ensinar. De acordo com a empreendedora, as profissionais aprendem da forma que ela acredita ser a melhor para a produção da empresa. “Costura também é uma arte, além do que primamos pela qualidade de nossos produtos”, destacou a empresária, informando que no local trabalham 19 profissionais.
MARCAS – A empresária Eliane Nunes está organizando a documentação para registrar as marcas “Ellien” e “D”Flores”, ambas criadas por ela. As peças são conhecidas pela clientela de Mato Grosso, mas para garantir a segurança do produto, estarão em breve patenteadas, uma vez que o Sebrae/MT está trabalhando na divulgação do material em outros Estados. “Temos recebido propostas para apresentar as nossas peças íntimas em feira de modas do eixo Rio/São Paulo. Por isso a necessidade de aumentar a produção e ao mesmo tempo, assegurar o domínio de nosso produto”, completa.
HISTÓRIA – Na década de 60, com a revolução sexual, o sutiã chegou até a ser queimado em praça pública, num ato pela liberdade feminina. Uma geração de mulheres afirmava, em 1980, não usar nada por baixo das camisetas ou de seus jeans. Mas os tempos mudaram e a moda trouxe tantas novidades em cores, materiais e estilos, do esportivo todo em algodão ao mais sofisticado modelo em rendas e fitas, que as mulheres chegaram a gastar mais em roupas de baixo do que em qualquer outro item de guarda-roupa, ainda durante os anos 80.
A lingerie atravessou o século XX sempre acompanhando a moda e as mudanças de comportamento. Quando a moda era roupas justas e cinturas marcadas, lá estava o sutiã com armações de metal, cintas e corpetes para moldar o corpo feminino.
A indústria de lingerie, que continua crescendo, aposta agora em alta tecnologia. É possível encontrar no mercado desde o espartilho no mais clássico modelo renascentista até o sutiã mais moderno e recheado de bastante silicone.