Uma área de preservação ambiental (APA) de aproximadamente um quilômetro às margens do córrego Urubu, no bairro Jardim Universitário, em Cuiabá, foi desmatada para a construção de emissário de esgoto e ampliação da estação de tratamento no bairro.
Responsável pela obra, a empresa Ginco Empreendimentos Imobiliários Ltda. foi multada pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Smades) em R$ 47.918 e terá que recuperar a área degradada. A empresa informou que tem autorização da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) e Agência Municipal de Saneamento (Sanecap) para fazer obra.
Fiscais vistoriaram a obra, que foi embargada, após denúncia de moradores. No local, conforme relatório de vistoria do dia 18 deste mês (auto de infração número 41731), os fiscais constataram que toda a APP da margem direita, numa extensão de mil metros à jusante da obra da avenida das Torres, foi removida e de lá retirada centenas de árvores nativas e exóticas. A obra, inclusive, ultrapassou o limite dos 30 metros da APA.
“Aqui tínhamos pés de pequi, aroeira e angico. Derrubaram tudo”, lamentou a presidente da Associação de Moradores do bairro, Eunice Monteiro da Silva Santos, mostrando a terra removida que poderá ser levada para dentro do córrego aumentando a possibilidade de alagamentos.
Além do dano ambiental, ela também se disse preocupada com o fato do esgoto do condomínio Belvedere, que fica a aproximadamente dois quilômetros do local e é de responsabilidade da Ginco, ser levado para a estação de tratamento do bairro. “A estação foi construída para suportar os dejetos de 600 casas, mas não vai agüentar esse volume porque só tem um aerador e um decantador”, disse.
Conforme o gerente de Engenharia da Empresa Ginco Empreendimentos, Luiz Carlos Borges Fonseca, a obra tem licença da Sema e da Sanecap. Ele explicou que o projeto prevê a construção de um emissário de esgoto e ampliação da estação de tratamento do Jardim Universitário que irá beneficiar, inclusive, outros bairros vizinhos que jogam esgoto diretamente no córrego. “O emissário vai coletar o esgoto ‘in natura’ que é despejado no córrego”, disse.
Luiz Carlos disse ainda que é necessário que a obra seja feita na parte mais baixa porque o esgoto corre por gravidade e a tubulação tem que ser feita no ponto mais baixo. Ao garantir que toda a área será recuperada, o gerente de Engenharia informou que a empresa vai entrar em contato com a administração municipal para que reveja a decisão de embargo.
DC