Método tem durabilidade de 18 a 24 meses e fornece um volume maior ao rebanho durante todo o período seco do ano com certa tranquilidade
A Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), aproveita o inicio do período das chuvas para orientar pequenos produtores sobre a silagem ensacada. O método garante alimento de qualidade para o gado independentemente do período ser de estiagem ou não. Tem ainda a vantagem de ser uma opção de baixo custo e pode ser transportado para diferentes locais, além de permitir ser uma fonte de renda para pecuaristas que queiram vender o excedente da produção.
Outra característica é a durabilidade de 18 a 24 meses, considerado um período longo e que permite fornecer um volume maior ao rebanho durante todo o período seco do ano com certa tranquilidade.
Com essa preocupação que o produtor, Sebastião da Costa da Danassão, 57 anos, está ensacando a produção de um hectare de capiaçu, na sua propriedade em Guarantã do Norte (a 715 km de Cuiabá). Com a orientação técnica está fazendo o corte na hora certa e a sua meta são 500 sacos pesando entre 23 e 25 quilos. “É um trabalho pesado que divido com minha esposa e ensacamos a mão. Temos uma criação de gado leiteiro e vendemos na região. Com a assistência técnica da Empaer será a primeira vez que vamos utilizar essa técnica com o capiaçu. A última estiagem foi muito difícil e caro garantir o alimento da criação”.
Sebastião lembrou que o principal problema foi encontrar os sacos na região. Comprou pela internet, mas está tendo problema na entrega. “É mais um aprendizado e, por ser a primeira experiência e dando certo, na segunda vez vou garantir a embalagem antes de iniciar o processo”, destaca ele.
O técnico da Empaer, Antonio Paulo Gedoz Barros que vem acompanhando o produtor Sebastião, explica que na produção pecuária há dois períodos: das águas, onde a oferta de forragem é abundante e os animais são alimentados quase que exclusivamente a pasto; e o período da seca, onde a disponibilidade de forragem através das pastagens é bastante reduzida.
Desta forma, de acordo com Antônio, alternativas para tratar dos animais na época seca precisam ser colocadas em prática para garantir o ganho de peso dos animais ou pelo menos sua manutenção. “A silagem é o processo de fermentação controlada de uma forrageira que foi previamente triturada, passou por compactação e armazenada na ausência de oxigênio em estruturas chamadas de silos. Sua produção é relativamente fácil e pode ser feita pelo próprio produtor, o que reduz os custos de produção”.
O técnico destaca que o processo de silagem do capiaçu tem uma particularidade positiva se comparado com o do milho. “Possui uma janela de corte maior dos 90 aos 120 dias. Já o milho teria que ser feito de uma vez, caso contrário, passa do ponto”.
Os primeiros sacos de silagem de capiaçu – Foto: Empaer