O vice-presidente americano, Dick Cheney, afirmou nesta quarta-feira em visita-supresa a Bagdá que o Iraque continua a ser um local “perigoso”, mas que percebe um esforço maior dos líderes iraquianos para conter a crescente violência sectária que assola o país.
Horas após a chegada de Cheney ao país, houve um relato, ainda não-confirmado, de uma explosão ocorrida perto da embaixada americana na capital, que fica na Zona Verde, área de segurança máxima que abriga representações diplomáticas em Bagdá.
A Embaixada dos EUA e o Exército americano disseram não ter informações a respeito.
O vice-presidente dos Estados Unidos afirmou hoje que sentiu “uma tomada de consciência e um sentido profundo de urgência” entre os líderes iraquianos durante sua visita a Bagdá.
Cheney, que chegou nesta manhã a Bagdá, reuniu-se com o premiê iraquiano, Nouri al Maliki.
Ele enfrenta pressão dos Estados Unidos para demonstrar progresso no combate à violência sectária. A visita não-anunciada de Cheney visa cobrar medidas neste sentido.
A visita do vice de Bush faz parte de uma viagem que incluirá no roteiro Egito e Arábia Saudita, entre outros países, informaram fontes governamentais iraquianas. É a segunda visita de Cheney ao Iraque como vice-presidente. A primeira foi em dezembro de 2005.
Além de encontrar-se com líderes do governo iraquiano, o vice americano também se reunirá com líderes de facções e organizações políticas.
Segundo fontes próximas, a viagem visa “acelerar os esforços rumo à reconciliação nacional”.
A visita gerou protestos de seguidores do clérigo radical xiita Mouqtada al Sadr, que lidera a milícia armada Exército de Mehdi e é opositor dos EUA, em Bagdá e em áreas xiitas do sul do país. Os manifestantes exigem a retirada das tropas americanas no Iraque.
Em Bagdá e na cidade sagrada de Najaf, manifestantes gritaram “Não à ocupação!” e “Não aos EUA!”.
Violência
Nesta quarta-feira, um caminhão-bomba atingiu o prédio do Ministério do Interior na região curda de Irbil, matando ao menos 19 pessoas e ferindo 80, segundo o Ministério da Saúde.
A polícia local atribuiu a ação a insurgentes ligados à rede terrorista Al Qaeda. A explosão em Irbil, 350 quilômetros ao norte de Bagdá, danificou grande parte do prédio do governo.
A TV curda exibiu imagens de escombros e pedaços de metal espalhados no local. Janelas se quebraram, e partes do edifício foram lançados a até cem metros de distância.
Segundo Hamza Ahmed, porta-voz do governo local, ao menos cinco policiais estão entre os mortos.
O maior ataque em Irbil ocorreu em 1º de fevereiro de 2004, quando um duplo ataque suicida matou 109 pessoas em dois escritórios de partidos curdos.
O grupo terrorista Ansar al Sunnah, ligado à rede Al Qaeda, reivindicou a ação