No programa, Aécio aparece nas regiões mais pobres do Estado enaltecendo suas raízes e o cumprimento de promessas feitas na campanha de 2002. E nem uma palhinha sobre o presidenciável tucano. Já o candidato do PT a governador, Nilmário Miranda, fez o possível para colar sua imagem à do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que apareceu na abertura e no fim do programa petista prometendo “parceria com Minas”.
Em Pernambuco, a situação foi ainda pior para Alckmin. O governador e candidato do PFL à reeleição, Mendonça Filho, além de ignorar o aliado em seu programa na TV, voltou a usar imagens de Lula durante solenidade de lançamento da pedra fundamental da refinaria General Abreu e Lima, em Suape, no litoral sul. No vídeo, Lula destaca o apoio do ex-governador Jarbas Vasconcelos (PDMB), candidato ao Senado, e maior cabo eleitoral de Mendonça, para que Pernambuco fosse escolhido para sediar a refinaria.
O candidato do PT ao governo pernambucano, Humberto Costa, já tinha recorrido na véspera ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) para impedir que seu adversário usasse as imagens de Lula no programa pefelista, mas até ontem os pedidos de liminar ainda não tinham sido julgados.
O presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), vai exigir a vinculação do nome de Geraldo Alckmin às campanhas estaduais de candidatos de seu partido que continuam sem mencioná-lo na propaganda eleitoral. “Isso é um desleixo. Vamos fazer uma interferência direta e dura nos diretórios estaduais”, garantiu.
Para combater esse tipo de problema e dar mais impulso à campanha, coordenadores e dirigentes partidários vão passar a próxima semana em seus Estados conversando com os candidatos.
Preocupado em agregar votos, Tasso minimizou ontem as brigas internas entre PSDB e PFL sobre a condução da campanha. O principal motivo dos atritos tem sido o tom do programa na TV, uma vez que alguns pefelistas defendem ataques diretos ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Tem tititi de três ou quatro do PFL que têm estilos diferentes. Mas ninguém pode impor nada”, enfatizou o presidente do PSDB. Ele fez referência direta ao senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), que está entre os que cobram discursos mais contundentes na TV: “Está tudo tranqüilo. Não vou impor que Alckmin fale como ACM nem que ACM fale como Alckmin.”
Tasso chegou a estabelecer algumas relações entre a situação de Alckmin e a que Fernando Henrique enfrentou no passado. Ao final assegurou que o candidato ao Planalto manterá a estratégia que traçou com o setor de marketing para a TV: “O programa será feito no estilo do candidato.”
Ao comentar a multa de R$ 900 mil que a Justiça Eleitoral impôs a Lula por propaganda eleitoral fora de época, ele disse: “É resultado da falta de respeito ao dinheiro público.”