Com o pedido de demissão entregue hoje pelo ministro da Agricultura, Wagner Rossi (PMDB-SP), o governo de Dilma Rousseff perde o quarto ministro em menos de três meses. Antes de Rossi, caíram Antonio Palocci (PT-SP) da Casa Civil, Alfredo Nascimento dos Transportes (PR-AM) e Nelson Jobim da Defesa (PMDB-RS). O único que não caiu após denúncias de corrupção foi Jobim, que se afastou após declarações polêmicas.
O primeiro a cair foi Antonio Palocci, no dia 7 de junho, após suspeitas de ter praticado tráfico de influência em favor de sua empresa de consultoria, a Projeto. Após a queda de Palocci, as denúncias foram, aos poucos, sendo arquivadas, apesar de a oposição insistir nos pedidos de investigações.
A crise em torno do ex-chefe da Casa Civil teve ainda como efeito colateral a substituição de mais um integrante do núcleo central do governo – o então ministro de Relações Institucionais, Luiz Sérgio. Diante da avaliação de que a articulação política teria de ser fortalecida, a presidenta optou por uma troca entre Luiz Sérgio e Ideli Salvatti – a ex-senadora assumiu a pasta de Relações Institucionais e o peemedebista foi para o seu lugar, passando a comandar o Ministério da Pesca.
Um mês depois de Palocci, caiu o ministro Alfredo Nascimento. A situação de Nascimento ficou insustentável após a publicação de diversas reportagens denunciando um esquema de corrupção comandado por ele dentro da pasta.
No dia 4 de agosto, Jobim pediu demissão. A decisão foi motivada pelas declarações dadas por Jobim à revista Piauí afirmando que o governo é “atrapalhado”. Jobim também fez críticas às colegas de Esplanada a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti (PT-SC), e a ministra-cehfe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann (PT-PR).
Nara Alves, iG São Paulo