A tecnologia do voto eletrônico ajuda a elevar a idoneidade das eleições, o que contribui sensivelmente para um bom andamento da apuração e joga para quase zero os índices de fraude nas urnas. Mas determinadas situações, que poderiam ser facilmente erradicadas, continuam presentes. Entre elas, o caso do número de eleitores superar o de habitantes dentro de um determinado município.
Segundo um cruzamento de dados entre os números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 1.379 cidades possuem eleitorado superior a 80% da população. De acordo com a Lei das Eleições (Lei 9.504/97), o alto percentual é suficiente para determinar a instalação de uma revisão dos eleitores das cidades.
O pequeno distrito de Ermo, no Litoral Sul de Santa Catarina, a 230 quilômetros de Florianópolis, lidera uma lista de 50 municípios com a maior diferença entre população e eleitorado. De acordo com o IBGE, a localidade possui 1.843 habitantes e o TSE computou 2.405 aptos para o voto, tomando por base números do segundo semestre.
Por outro lado, Jacareacanga, no Pará, tem uma população de 37.055, mas apenas 6.562 pessoas eleitores (cerca de 17,7% dos habitantes).
Na tentativa de diminuir as discrepâncias, o TSE fará a recontagem do eleitorado em 1.128 dos 5.564 municípios do País. Assim, 6.812.962 eleitores de 24 estados devem comparecer ao cartório eleitoral de seu município até o fim do ano para regularizar a sua situação. Caso contrário, o indivíduo poderá ter o título de eleitor cancelado.
O TSE baseia-se nas projeções populacionais resultantes do trabalho do IBGE para chegar ao número de municípios que necessita de revisão. A recontagem deve ser realizada em anos sem eleição.
FUn