Em uma final marcada pela lembrança da tragédia com a Chapecoense, o Grêmio empatou com o Atlético-MG em 1 a 1, em Porto Alegre, e conquistou o título da Copa do Brasil 2016. O troféu encerra um longo jejum de 15 anos sem conquistas nacionais e coloca o time gaúcho como o maior campeão da competição, com cinco títulos.
Depois de dominar o Atlético-MG em pleno Mineirão no primeiro jogo, em uma partida quase perfeita em que venceu por 3 a 1, o time treinado por Renato Gaúcho jogou com o regulamento e confirmou o título sem correr riscos. Os dois gols da final foram marcados depois dos 40 do segundo tempo. Bolaños abriu o placar para Grêmio após um contra-ataque e Cazares empatou nos acréscimos com um gol espetacular do meio de campo.
Homenagens
A final desta quarta foi marcada pelas homenagens à Chapecoense. Os dois times entraram em campo com o escudo do time catarinense no uniforme, assim como o árbitro e os auxiliares, que até vestiram verde. O técnico Renato Gaúcho também vestiu verde. A bola do jogo teve o escudo da Chape em memória dos jogadores e integrantes do clube que foram vítimas do acidente aéreo da semana passada, que causou a morte de 71 pessoas.
Nas arquibancadas, a torcida gremista abriu a camisa gigante que os torcedores da equipe de Santa Catarina levavam aos jogos na Arena Condá. O momento mais emocionante da homenagem aconteceu no minuto de silêncio, com toque militar. Os jogadores ficaram abraçados no centro do gramado, com a presença de membros da imprensa, representando os jornalistas que morreram na tragédia. O goleiro Victor era o mais emocionado, assim como muitos torcedores nas arquibancadas.
Na comemoração do título, a Chape voltou a ser lembrada. Alguns jogadores do Grêmio, como o atacante Luan, vestiram a camisa da equipe de Chapecó na volta olímpica. Marcelo Grohe prestou tributo ao goleiro Danilo, herói da Chapecoense e uma das vítimas da tragédia, e ao também goleiro Jackson Follmann, um dos sobreviventes. Jogadores com passagem pelo Grêmio, como Marcelo Biteco e Willian Thiego, também foram homenageados pelos campeões.
O jogo
Na Arena do Grêmio lotada com 55 mil torcedores, o time mandante se aproveitou da vantagem construída com o placar de 3 a 1 no jogo de ida, no Mineirão, e controlou a partida com frieza. Embora o Atlético-MG tenha tomado a iniciativa na tentativa de conseguir mais uma impressionante virada com as quais se acostumou nos últimos anos, foi o Grêmio que levou mais perigo em ataques pontuais. Aos 39 do primeiro tempo, Douglas deixou Everton na cara do gol e Victor salvou com uma grande defesa.
No segundo tempo, o panorama continuou o mesmo. Com o Atlético-MG se abrindo em busca do resultado, a equipe gaúcha aproveitava os espaços em contra-ataques perigosos. Raçudo, o time mineiro não desistia &ndash e a apreensão da torcida gremista por um título que não vinha há 15 anos crescia.
Aos 42 minutos, enfim, a rede balançou: em um dos contra-ataques do Grêmio, Everton avançou pela esquerda e cruzou para o meio. A bola sobrou para Miller Bolaños marcar quase na pequena área. Faltando poucos minutos para o final, o Atlético-MG precisava marcar três gols para levar a disputa para os pênaltis. Não conseguiu. Mas conseguiu marcar o gol mais bonito da competição &ndash e talvez do ano. Aos 46, Cazares chutou de antes do meio de campo e surpreendeu Marcelo Grohe, anotando um golaço de honra.
Depois do apito final, alguns jogadores das duas equipes trocaram empurrões, manchando um pouco um espetáculo marcado pelo respeito e pela solidariedade com as vítimas da tragédia com a Chapecoense.
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