Dados apurados pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) mostram que um percentual relevante de pessoas que estão com contas em atraso deve quantias que não chegam a quatro dígitos. Em cada dez consumidores que começaram o mês de agosto com o CPF inscrito na lista de inadimplentes, quatro (37%) devem até R$ 500 e a maioria dos inadimplentes brasileiros (53%) possui dívidas que somadas não ultrapassam R$ 1.000. Outros 20% devem algum valor entre R$ 1.000 e R$ 2.500, ao passo que 16% devem entre R$ 2.500 e R$ 7.500. Já as dívidas acima de R$ 7.500 são objeto de preocupação de 10% das pessoas que estão negativadas no Brasil.
Já referente a inadimplência apurada em julho do estado de Mato Grosso, conforme relatório divulgado mensalmente, também pelo SPC Brasil, o número de inadimplentes caiu -2,33% em julho de 2019, em relação a julho de 2018. O dado ficou abaixo da média da região Centro-Oeste (-0,90%) e abaixo da média nacional (1,73%). Na passagem de junho para julho, o número de devedores do Mato Grosso caiu -1,50%. Na região Centro-Oeste, na mesma base de comparação, a variação foi de -0,77%.
De acordo com o levantamento, cada consumidor inadimplente tem, no geral, duas dívidas em aberto no País, sendo que em Mato Grosso, em julho de 2019, cada consumidor inadimplente tinha em média 1,941 dívidas em atraso. O número ficou acima da média da região Centro-Oeste (1,917 dívidas por pessoa inadimplente) e acima da média nacional registrada no mês (1,873 dívidas para cada pessoa inadimplente).
Atrasos com contas de água e luz cresce 16%, a maior entre os setores
As dívidas relativamente baixas podem ter relação com o tipo de conta que o brasileiro tem deixado atrasar. De acordo com o indicador, considerando somente as contas de serviços básicos como água e luz, houve um crescimento de 16,03% no volume de atrasos em julho na comparação com o mesmo mês do ano passado. Em segundo lugar aparecem as dívidas bancárias, como cartão de crédito, cheque especial, empréstimos e financiamentos, que avançaram 2,25% na mesma base de comparação.
Já em Mato Grosso, o setor com participação mais expressiva do número de dívidas em julho foi Bancos, com 34,10% do total de dívidas.
Volume de brasileiros com CPF negativado cresce 1,73%, mas desacelera na comparação com ano passado
De modo geral, o volume de consumidores com contas em atraso e registrados em lista de inadimplentes continua crescendo: avanço de 1,73% na comparação com o mesmo mês do ano passado. Ainda assim, houve uma desaceleração, pois em julho de 2018, a alta havia sido de 4,31%. O dado observado em julho é o segundo menor desde 2011, início da série histórica.
Mesmo crescendo a patamares mais modestos, o estoque de brasileiros com o ‘nome sujo’ ainda é elevado no país: estimativa de abril deste ano mostra que aproximadamente 40% da população adulta está inscrita em lista de inadimplentes, enfrentando problemas para comprar a crédito, obter empréstimos, financiamentos ou obter aprovação de cartão de crédito, por exemplo.
Para o superintendente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL Cuiabá), Fábio Granja, o resultado da pesquisa demonstra uma leve recuperação da economia brasileira, que deve melhorar nos próximos meses com a liberação do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). “Nós estamos bastante otimistas, levando em consideração de que a maioria dos brasileiros que irão sacar o FGTS, irão utilizá-lo para quitar dividas, consequentemente, recuperando seu crédito e realizando novas compras. Acreditamos que com os recursos do FGTS e PIS-PASEP que somarão em torno de 800 milhões em Mato Grosso, teremos uma boa movimentação no comércio em geral”, afirmou.
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Nathalia Monteiro
Em cada dez consumidores quatro devem até R$ 500, sendo que em MT o número caiu -2,33% em julho
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