O uso político da seleção brasileira em anos de Copa do Mundo é algo tradicional no Brasil. O selecionado nacional foi usado pelos governantes da ditadura militar nos anos 60 e 70 e também pelos políticos cariocas durante a Copa de 1950 no Brasil. A exposição que dá a seleção brasileira é tudo que políticos querem, ainda mais em ano de eleição. E isso preocupa o técnico Felipão
Após convocar os 23 atletas que lutarão pelo hexa a partir de 12 de junho, Luiz Felipe Scolari fez um apelo aos políticos e futuros candidatos nas eleições de outubro para terem o discernimento de não usar a seleção como palanque antes e durante a Copa do Mundo.
“Espero que tenham o bom senso de que este não é o momento. Agora o que interessa é o trabalho e focarmos na seleção brasileira. É preciso que a gente tenha esse respeito”, disse o treinador. Em 1950, a oportunidade de aparecer em torno do time do Brasil antes da partida decisiva contra o Uruguai levou milhares de políticos à concentração do time, que não teve a preparação ideal para o jogo.
O principal temor em relação ao uso político da seleção mora nas viagens que o time fará durante a Copa do Mundo. Na primeira fase da Copa o time jogará em São Paulo, Fortaleza e Brasília. Fará treinos nas três sedes. Encontros que podem ser usados politicamente por políticos dessas regiões.
Veja a tabela de jogos da Copa do Mundo, que começa em 12 de junho
O técnico usa as recomendações da Fifa para blindar a seleção de políticos e afins. A CBF não pode abrir treinos e a concentração para torcedores e nem
mesmo para familiares dos jogadores por ordem da entidade. Os treinos pré-jogo são eventos oficiais do torneio e não podem ter a presença de público. A recomendação da Fifa é que haja apenas um treino aberto para o público de cada seleção durante a Copa.
“Não podemos abrir portões. A Fifa não permite. Existe um aparato policial que nos obriga a determinadas coisas. Queremos que as pessoas entendam esse detalhes. Não vamos proibir, mas temos de organizar da melhor forma possível. Não dá para todo dia ter pai, mãe, cachorro”, brincou,
e Thiago Rocha – enviados iG