O bitcoin, moeda virtual utilizada para transações na internet, atingiu nesta quinta-feira cotação de mais de 1.100 dólares, seu nível mais alto em três anos. Em meio à insegurança financeira internacional, o dinheiro virtual continua perseguindo o status de moeda forte e estável.
Desde a sua criação, em 2009, o bitcoin tem passado por muitos altos e baixos. Em 2013, a moeda bateu outro recorde, chegando a 1.165,89 dólares, mas depois perdeu três quartos do seu valor antes de recuperar-se novamente. Em agosto passado, em contrapartida, as notícias de que um grupo de hackers roubou bitcoins fizeram a moeda sofrer uma forte desvalorização, de mais de 20%.
O recorde desta quinta do Bitcoin Price Index (BPI), um índice que registra os principais intercâmbios da moeda, confirma sua atual boa forma. Ela foi a divisa que mais se valorizou no mundo em 2016.
Analistas acreditam agora que a instabilidade da cotação cairá à medida que aumentarem os volumes de intercâmbio. Contribuem para essa projeção o dólar forte e os controles de capitais, cada vez mais rigorosos em vários países do mundo.
Nos últimos meses, a caótica operação realizada pela Índia para retirar de circulação as duas cédulas de rúpia de maior valor e as restrições na China para comprar moeda estrangeira também contribuíram para aumentar seu valor.
Desde a sua criação, a moeda não superou os 21 milhões de unidades, das quais já foram criados três quartos. Os bitcoins são criados por supercomputadores e depois são trocados na internet por produtos e serviços.
Estão sendo criados poucos bitcoins, e as pessoas os veem como um bom refúgio diante da desvalorização das moedas de seus países, diz Vinny Lingham, diretor da Civic, companhia americana especializada em proteção da identidade digital. Nesse cenário, em vez de comprar dólares, muitas pessoas compram bitcoins.
Segundo o especialista, o bitcoin está se transformando em uma moeda segura. Lingham citou a incerteza nos países emergentes após a vitória nas presidenciais americanas de Donald Trump como um fator que pode levar a cotação do bitcoin a 3.000 dólares até o fim do ano.
Os millennials [pessoas nascidas após 1980] não acreditam no ouro, como seus pais. O bitcoin se transformou em uma moeda confiável se você vive em um mercado estrangeiro e está preocupado com o seu governo, explica Lingham. A moeda valorizou-se sobretudo nos mercados emergentes, acrescentou.
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14. moeda-bielorrussia
14/14 A representante da Bielorrússia no prêmio é a nota de 100 rublos bielorrussos
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1. coroa-sueca
1/14 A Suécia concorre com a nota de 100 coroas suecas, que estampa o rosto da lendária atriz Greta Garbo
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2. peso-colombiano
2/14 A cédula de 50 mil pesos, que traz o rosto do escritor Gabriel García Marquez, representa a Colômbia no prêmio
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3/14 A cédula de 1 mil rúfias, representante das Ilhas Maldivas no &39Oscar das Moedas&39
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4. moeda-maldivas
4/14 A cédula de 1 mil rúfias, representante das Ilhas Maldivas no &39Oscar das Moedas&39
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5. peso-argentino-1
5/14 A cédula de 500 pesos, representante da Argentina no &39Oscar das Moedas&39
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6. peso-argentino-2
6/14 A cédula de 500 pesos, representante da Argentina no &39Oscar das Moedas&39
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7/14 A Nova Zelândia concorre ao prêmio com a nota de 50 dólares neozelandeses
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8/14 A Geórgia concorre ao prêmio com a cédula de 50 laris
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9. franco-suico
9/14 Cédula de 50 francos suíços, uma das concorrentes da edição 2016 do &39Oscar das Moedas&39
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10. libra-escocesa
10/14 Nota de 5 libras escocesas também concorre ao &39Oscar das Moedas&39
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11. dolar-australiano
11/14 A rainha Elizabeth II, da Inglaterra, estampa a nota de 5 dólares australianos que concorre ao prêmio
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12. libra-esterlina
12/14 A rainha Elizabeth II também aparece na cédula de 5 libras esterlinas indicada ao prêmio. Em uma das faces da nota aparece ainda a imagem do ex-primeiro-ministro britânico Winston Churchill
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13. rupia-india
13/14 Mahatma Gandhi estampa a cédula de 2 mil rúpias, representante da Índia no prêmio
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14. moeda-bielorrussia
14/14 A representante da Bielorrússia no prêmio é a nota de 100 rublos bielorrussos
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1. coroa-sueca
1/14 A Suécia concorre com a nota de 100 coroas suecas, que estampa o rosto da lendária atriz Greta Garbo
Um fenômeno global
Na China, a demanda por bitcoins sobe devido às restrições de capital. Mas isso não ocorre só na China. Trata-se de um fenômeno global, afirma Bobby Lee, fundador e diretor da plataforma de intercâmbio de bitcoins BTC China.
Há muitos exemplos de desmonetização. Na Índia, estão retirando algumas notas, na Argentina também. Isso torna o bitcoin mais atraente, disse Lee. Ele prevê mais regulação das moedas digitais no futuro, o que não acontece agora.
Segundo Dickie Wong, diretor de pesquisa da Kingston Securities, com sede em Hong Kong, muitos chineses estão trocando seu dinheiro por bitcoins, à medida que o iuan se desvaloriza e com a decisão do governo chinês de impor um limite de compra de 500.000 dólares em moeda estrangeira. A desvalorização do RMB (iuan) é o principal problema, afirma.
O bitcoin tem agora um valor de mercado que supera os 18 bilhões de dólares. Isso é muito maior do que o de outras criptomoedas rivais, mas muito menos do que outras moedas do mundo.
Ajay Sunder, vice-presidente de transformação digital da Asia Pacífico na consultoria Frost & Sullivan, de Singapura, acredita que o bitcoin poderá se valorizar ainda mais com o aumento dos pagamentos digitais.
De modo geral as pessoas se sentem cada vez mais confortáveis usando sistemas de pagamentos digitais e transações digitais. Mas os bitcoins ainda são marginais e teremos que ver se eles se tornaram de massa, avalia.
(Com AFP)VEJA.COM