A primeira-dama argentina, Cristina Fernández de Kirchner, eleita presidente do país neste domingo, adotou um discurso conciliador e convocou a população a unir-se para consolidar a recuperação econômica do país.
“Sabemos que é necessário aprofundar as mudanças e que para isso é necessário reunir a maior quantidade de argentinos e argentinas para esta tarefa”, afirmou Cristina a centenas de simpatizantes em um hotel de Buenos Aires, após a divulgação dos primeiros dados oficiais que confirmara sua vitória. “Quero convocar a todos, sem rancores, sem ódios”, acrescentou.
Com os resultados de quase dois terços das urnas apurados, Cristina aparecia com 43,6% dos votos, seguida por Elisa Carrió, com 22,6%. Carrió já concedeu a derrota.
Com este resultado, a primeira-dama sucederá ao marido, Néstor Kirchner, até 2011.
Projeto populista
A primeira-dama Cristina Kirchner, uma senadora peronista social-democrata, se tornou na madrugada desta segunda-feira a primeira presidente da Argentina eleita nas urnas e sucederá o marido, Néstor Kirchner, como chefe de Estado para tentar manter o forte crescimento econômico do país.
Uma das chaves da vitória foi o grande número de votos na província de Buenos Aires, o maior distrito do país e que concentra quase 40% dos 27 milhões de cidadãos, onde foi eleito como governador Daniel Scioli, atual vice-presidente.
Um ambiente de comemoração foi registrado no comitê de campanha da Frente para a Vitória, aos gritos de “mulheres no poder” e críticas aos “gorilas”, entre outros.
Na Argentina são chamados de “gorilas” os antiperonistas e membros das classes média e alta que desconfiam dos setores populares de baixa renda.
Cristina Kirchner capitalizou os resultados econômicos dos últimos quatro anos, depois que ficou para trás o pior da crise de 2001 e 2002, com um governo de perfil industrialista, taxas de câmbio altas para as exportações e um aumento de 9% anual do Produto Interno Bruto (PIB).
Entre os desafios do novo governo, que assumirá o poder em 10 de dezembro, está o de manter o difícil equilíbrio entre a aliança estratégica com a Venezuela de Hugo Chávez e uma melhora na relação com os Estados Unidos, como prometeu a senadora.