Elano sabia desde o momento de sua lesão no tornozelo que estava fora das partidas seguintes da Copa do Mundo. Ainda assim, o meio-campista, que voltou a treinar com o elenco da seleção brasileira e até ensaiou um retorno ao time, negou que tenha havido erro do médico José Luiz Runco nos exames.
“Eu sabia naquele momento que não iria conseguir voltar mais. Por isso, estava muito triste, sentia muita mágoa. Realmente não conseguiria mais jogar na Copa. No quarto, eu ficava acordado até quatro, cinco horas da manhã. Ficava fazendo fortalecimento sozinho, andava em cima da cama para ver se melhorava. Mas sentia muita dor”, disse o atleta, em entrevista ao “Jornal da Tarde”.
O lance que tirou Elano do Mundial aconteceu na segunda partida do Brasil, diante da Costa do Marfim. O volante sofreu uma dura entrada do meia marfinense Tioté e deixou o gramado carregado pelos médicos. Com isso, ficou fora dos três jogos da seleção, eliminada pela Holanda nas quartas de final.
Mesmo tendo admitido que conhecia a gravidade de sua lesão desde o início, Elano poupou Runco de críticas por ter tentado antecipar sua recuperação no Mundial. “Se eu faço o exame logo depois que me machuquei, às vezes, não é possível detectar o problema ósseo. A gente poderia estar tratando uma coisa que poderia não ser. O Runco também foi em cima do que eu falei”, justificou.
Segundo ele, os trabalhos posteriores à lesão eram seguidos de uma dor muito forte. “Toda vez que ia treinar era uma dor muito forte e tinha de parar. Então, não diria que foi um erro, foi uma decisão em conjunto. Foi feito tudo para eu jogar, mas era grave”, lamentou o jogador do Galatasaray.
Homenagem
Ao final do torneio, apesar da eliminação precoce do Brasil, Elano recebeu uma carta de agradecimento do presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Ricardo Teixeira. “Não tive possibilidade de agradecer pessoalmente, mas fiquei emocionado. Foi uma coisa que eu não esperava. Infelizmente, eu não ganhei essa Copa, mas essa carta ficará como troféu”, comentou.