O fenômeno El Niño, que normalmente provoca transtornos no clima, vai atingir sua intensidade máxima durante o verão do hemisfério sul, e começará a perder força na primavera, segundo estimativa do Centro de Previsão Climática dos Estados Unidos. No Brasil, os efeitos normalmente são chuvas acima do normal nas regiões ao Sul do País, durante o verão, e condições mais secas no Norte e Nordeste.
O centro, que faz parte da Administração Atmosférica e Oceânica Nacional dos EUA (NOAA), disse ontem, que o fenômeno “vai chegar ao ápice durante o inverno do hemisfério norte, seguido pelo enfraquecimento de março a maio de 2007.”
O El Niño é o aquecimento anormal das águas do Pacífico equatorial, que modifica o clima até na África. Quando ele acontece, costuma haver seca em países como Austrália, Indonésia e Filipinas, e inundações na América Latina.
O El Niño deste ano foi considerado o grande responsável pela ausência de grandes furacões no Oceano Atlântico, depois da temporada recorde de 2005, que incluiu os furacões Katrina e Rita. Neste ano, houve apenas nove tempestades tropicais e furacões, enquanto no ano passado o número chegou a 28.
O fenômeno ganhou esse nome porque foi observado por pescadores de anchovas latino-americanos, no século 19, sempre perto do Natal (“niño” significa “menino”, em espanhol).
Entre dezembro e março, o clima vai ser mais seco que o normal “na maior parte da Malásia, na Indonésia, no norte e no leste da Austrália …, no norte da América do Sul e no sudeste da África”, previu o centro.
Haverá mais chuva que o normal no Uruguai, no nordeste da Argentina, no sudeste do Paraguai, nas costas do Equador e do norte do Peru, segundo a previsão.
O último El Niño de grande intensidade aconteceu em 1997/98, provocando grandes incêndios na região Norte do Brasil. No mundo todo, mais de 2.000 pessoas morreram, e os prejuízos superaram os US$ 33 bilhões.