Alvo de panelaços em cidades de todo o país na última vez em que utilizou a cadeia de rádio e televisão para um pronunciamento, no Dia Internacional da Mulher (em 8 de março), a presidente Dilma Rousseff desistiu de fazer o tradicional discurso em rede nacional no 1º de Maio, Dia do Trabalho. A decisão foi comunicada nesta segunda-feira pelo ministro da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva.
É a primeira vez, desde que Dilma assumiu a Presidência em 2011, que ela não fará falará na TV no Dia do Trabalho. O panelaço de 8 de março durante o discurso da presidente precedeu uma série de protestos pelo país, que reuniram mais de 1,8 milhão de pessoas nas ruas contra o governo federal no dia 15 de março, no maior protesto contra um presidente na história da democracia brasileira, e 675.000 manifestantes em 12 de abril.
O ministro Edinho Silva negou que a presidente tenha desistido de um novo pronunciamento por temer nova reação semelhante. Justificou que Dilma desistiu de televisão e rádio porque prefere falar pelas redes sociais. "A presidente vai dialogar com os trabalhadores, com a sociedade brasileira, pelas redes sociais. É uma forma de valorizarmos outros meios de comunicação", afirmou o ministro.
"A presidenta não teme nenhuma forma de manifestação oriunda da democracia. Neste momento entendemos que a melhor forma de comunicação, até para que outros meios [sejam valorizados], são as redes sociais", disse.
De acordo com o ministro, o modelo em que a comunicação por meio da internet será feito ainda não foi fechado. Ele disse ainda que a avaliação sobre esse ponto foi tomada de forma unânime pela coordenação política do governo.
AgBrasilVeja