Preocupado em medir as palavras para não transformar as cobranças técnicas em “cabo-de-guerra” no âmbito político, o presidente da Comissão Especial de Acompanhamento e Fiscalização das Obras da Copa no Pantanal na Câmara de Cuiabá, vereador Edivá Pereira Alves (PSD), cobrou transparência da Secretaria Extraordinária da Copa do Pantanal (Secopa) em suas ações. Ele nega qualquer cunho pessoal nas críticas contra o secretário Éder de Moraes Dias, titular da pasta.
“Embora ele [Éder] tenha partido para as agressões pessoais, ao invés de informar sobre o seu trabalho, eu não vou entrar nesse jogo. O que interessa à Comissão Especial de Fiscalização que funciona aqui na Câmara e, por extensão, à população cuiabana, é transparência em cada processo e informações verdadeiras sobre o andamento de cada projeto”, argumenta Edivá Alves.
O presidente da Comissão Especial de Acompanhamento e Fiscalização das Obras da Copa no Pantanal não quis polemizar com o secretário Éder de Moraes, diante da acusação de que estaria “no ostracismo e, portanto, querendo aparecer”. Ele disse que não se sentiu ofendido e que irá continuar cobrando informações do governo de Mato Grosso, via Secopa.
“Eu fiz o requerimento de informações. Se não recebê-las, vou acionar o Ministério Público do Estado para que a Câmara de Cuiabá seja respeitada”, observa ele. Edivá lamenta que, propositalmente ou não, Éder de Moraes esteja confundindo a Câmara Municipal com a Prefeitura de Cuiabá. “Talvez ele realmente passe informações à Prefeitura. Mas não poderes distintos: a Câmara é o Poder Legislativo”, ensina.
No requerimento, ele deseja saber detalhadamente todas as despesas de janeiro a outubro de 2011 da extinta Agência Executora da Copa (Agecopa) e, depois, sua sucessora oficial, a atual Secretaria Extraordinária (Secopa).
Pereira Alves negou que Éder tenha sido destratado pela Câmara, na última vez em que esteve no Palácio Paschoal Moreira Cabral, em 6 de outubro passado, por causa da reunião de trabalho dos vereadores antes de sua ‘sabatina’, que seria realizada em plenário. Após cerca de 40 minutos de espera, titular da Secopa foi embora.
“Naquele dia, tínhamos uma reunião de trabalho antes do diálogo com ele. Se for pensar desse jeito, então, todos os dias o senhor Éder dá chá-de-cadeira em diversas autoridades”, justifica o presidente da Comissão Especial da Copa.
Edivá Alves afirma que Éder Dias demonstra extrema inteligência ao tentar arrastar o debate para a seara política, porque, assim, arranja desculpa para o não fornecimento de dados técnicos. Ele cita o caso do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) a ser implantado em Cuiabá e Várzea Grande.
“Quem fez o projeto do VLT? Quanto custou? Como foi discutido? Será que não corre o risco de ser um novo escândalo por ser feito às escondidas, como o que houve com os casos Land Rover, teleférico ou relógio dos 1.000 dias para a Copa…? São questões que precisam ser respondidas”, questiona o vereador do PSD.
Edivá Alves espera que, na próxima audiência pública em que fora realizada na Câmara Municipal, em respeito à população de Cuiabá, Eder Dias compareça com todo o seu staff, inclusive os adjuntos Marcelo Padeiro de Oliveira e Djalma Sabo Mendes.
Ronaldo Pacheco –