Em delação premiada à Procuradoria-Geral da República (PGR), o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) revelou que o ex-secretário de Fazenda Eder de Moraes tinha ações, no montante de R$ 8 milhões, da São Tadeu Energética S/A – proprietária da Pequena Central Hidrelétrica (PCH) “São Tadeu”, que fica localizada nas proximidades da Serra de São Vicente, em Cuiabá.
A empresa é uma das investigadas na Operação Ararath, que apura esquema de lavagem de dinheiro, que movimentou R$ 500 milhões, com suposta participação de Eder Moraes.
No depoimento, Silval destaca que entre os anos de 2012 e 2013, Eder o procurou para oferecer sua cota na empresa, no entanto, não houve interesse do ex-governador.
“Eder Moraes procurou o declarante [Silval] oferecendo um percentual das cotas da usina hidrelétrica São Tadeu, sendo que o percentual oferecido por Éder de Moraes correspondia ao valor de R$ 8 milhões. Eder de Moraes também afirmou a Silval ser o proprietário da cota”, confessou.
As investigações da Ararath, que começaram em 2013, mostram que a São Tadeu Energética emprestou dinheiro da factoring Globo Fomento Mercantil, de propriedade de Gércio Marcelino Mendonça Júnior, o “Júnior Mendonça”, a pedido de Eder de Moraes. Foi depositado na conta da empresa, no BicBanco, em novembro de 2009, R$ 388,5 mil.
Além disso, há informações de que a empresa teria realizado empréstimos junto ao Banco Industrial e Comercial Ltda (BicBanco) que beneficiaram o grupo político de Eder de Moraes e do ex-governador e atual Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Blairo Maggi (PP).
Numa operação de busca e apreensão na casa de Eder Moraes, os policiais federais encontraram uma planilha com operações do BicBanco com empréstimo de R$ 14,5 milhões que deveria ter sido quitado em 2009, com registros de que Maggi era o devedor solidário do valor.
Com RepórterMT