Médios e grandes proprietários também apresentaram queda, passando de 35 para 17 e de 36 para 32, respectivamente
Os pedidos de recuperação judicial de produtores rurais e empresas do setor agropecuário apresentaram queda expressiva no terceiro trimestre de 2024, com uma redução de 40,7% em relação ao trimestre anterior, segundo levantamento da Serasa Experian.
A retração foi mais acentuada entre produtores rurais pessoa física, onde o número de solicitações caiu 50,4%, passando de 214 no segundo trimestre para 106 no terceiro. Já entre pessoas jurídicas, houve uma queda de 23,9%, com os pedidos reduzindo de 121 para 92.
A análise por porte de produtores revela que os pequenos proprietários foram os mais beneficiados, registrando a maior queda, de 44 para 14 pedidos. Entre aqueles que não possuem terras, como arrendatários e grupos econômicos, as solicitações caíram de 99 para 43. Médios e grandes proprietários também apresentaram queda, passando de 35 para 17 e de 36 para 32, respectivamente.
Setores e Segmentos com Maior Redução
Os pedidos de recuperação judicial no cultivo de cereais, criação de bovinos e produção de café registraram quedas expressivas. O cultivo de cereais passou de 23 para apenas cinco pedidos, enquanto o segmento de criação de bovinos teve uma redução de 25 para 15.
A produção de café foi ainda mais expressiva, caindo de sete para três solicitações. Por outro lado, o cultivo de soja registrou um aumento nos pedidos, subindo de 53 para 59, e o setor de algodão apresentou cinco novas solicitações, frente a zero no trimestre anterior.
As agroindústrias de transformação primária lideraram a baixa entre as empresas do setor, com uma queda de 34 para dez pedidos de recuperação judicial. Outras áreas que apresentaram redução incluem o comércio atacadista de produtos agropecuários, que caiu de 12 para cinco pedidos, e o setor de serviços de apoio à agropecuária, com uma redução de 16 para 12 solicitações.
Uma Visão do Cenário Econômico
Marcelo Pimenta, head de agronegócio da Serasa Experian, destaca que o cenário de queda é positivo, mas que é necessário considerar o contexto econômico, que pode ter contribuído para um represamento nos pedidos no segundo trimestre.
“O cenário é animador, mas devemos manter uma análise cautelosa. Precisamos acompanhar os próximos meses para ter uma visão mais precisa sobre a recuperação no setor agropecuário”, afirmou.
As indústrias de processamento de agroderivados e a categoria de revenda de insumos agropecuários foram as únicas a registrar aumento nos pedidos de recuperação judicial, subindo de 13 para 14 e de seis para dez, respectivamente, indicando que ainda há setores no agronegócio com desafios específicos.
Esses resultados indicam um cenário de estabilização nas dificuldades financeiras do agronegócio, com recuperação em alguns segmentos, especialmente entre pequenos produtores e agroindústrias de transformação.
Fonte: Agrimídia