De acordo com a entidade, as dificuldades estruturais em retomar um crescimento mais vigoroso permanecerão no próximo ano. “Persistem na economia distorções que encarecem os projetos de investimento e desestimulam as decisões empresariais. A elevação nos juros é um complicador adicional nesse cenário”, ressaltou o estudo da CNI. Entre os principais riscos para a economia brasileira, o estudo cita a inflação e o próprio calendário eleitoral, que desestimula a tomada de decisões.
Para a CNI, o aumento da inflação ocorrerá mesmo com o aumento dos juros básicos pelo Banco Central. A entidade projeta que a taxa Selic (juros básicos da Economia) encerrará o próximo ano em 10,5% ao ano, contra 10% previstos para o fim de 2013. A CNI projeta que o dólar chegará ao fim de 2013 em R$ 2,36 e subirá para R$ 2,45 no fim de 2014.
Apesar do compromisso do governo em elevar a meta fiscal para o próximo ano, a CNI projeta que o superávit primário (economia de recursos para pagar os juros da dívida pública) cairá de 1,9% do PIB em 2013 para 1,4% em 2014 por causa principalmente do aumento de gastos em ano eleitoral. Os números referem-se ao Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central). Mesmo com as despesas maiores, a dívida pública deverá encerrar o próximo ano em 33,9% do PIB, no mesmo nível de 2013.
A única melhoria nos indicadores econômicos projetada pela CNI consiste no saldo da balança comercial (diferença entre exportações e importações). Para a entidade, o superávit da balança corresponderá a US$ 9 bilhões no próximo ano, contra saldo positivo de US$ 700 milhões projetados para 2013. As exportações subirão de US$ 239,4 bilhões para US$ 249 bilhões. Segundo a CNI, o dólar mais caro estimulará as vendas externas no ano que vem.
JB