A senadora Marina Silva falou, nesta quinta-feira, pela primeira vez sobre a sua saída do Ministério do Meio Ambiente. Em entrevista coletiva, realizada em Brasília, Marina destacou que agora “é fundamental que possamos preservar os avanços, é fundamental que não tenhamos retrocessos”.
Marina destacou que estava “tranqüila” com relação à decisão que havia tomado e reforçou os avanços alcançados desde 2003, quando assumiu a pasta. “Quando as pedras não se movem você precisa fazer algo para mover as pedras”, afirmou sobre a sua saída
Sobre a escolha de Carlos Minc, que substituirá Marina no ministério, ela afirmou que “a escolha de Minc qualifica o processo. As conquistas precisam ser consolidadas. É melhor um filho vivo no colo de outro do que tê-lo fazendo no prórprio colo”, afirmou. “Ele é uma pessoa comprometida com a agenda (ambiental) e qualificada para dar contribuições ao nosso País”, completou.
A senadora pediu demissão do Ministério do Meio Ambiente na terça-feira. Em sua carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Marina disse que sua decisão foi tomada por causa das dificuldades que vinha enfrentado para dar prosseguimneto à agenda ambiental.
Saiba mais sobre Marina Silva
— Marina nasceu no Acre, em 1958, e trabalhou como empregada doméstica e seringueira, antes de conseguir um diploma universitário.
— Em 1984, ela fundou a Central Única dos Trabalhadores (CUT) no Acre. Chico Mendes foi o primeiro coordenador da entidade e Marina, a vice-coordenadora.
— Com Chico Mendes, organizou manifestações pacíficas contra a expulsão das comunidades locais por fazendeiros e madeireiros. Chico Mendes foi morto em 1988, e seu assassinato atraiu atenção mundial à destruição da floresta amazônica.
— Em 1994, Marina foi eleita pela primeira vez para o Senado. Foi a senadora mais jovem da história da República brasileira e a mais votada de seu Estado. Em 2002, foi reeleita com uma votação quase três vezes maior que a anterior.
— Em 2003, escolhida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, passou a liderar o Ministério do Meio Ambiente. Na reeleição do presidente Lula, em 2006, permaneceu na pasta.
— Marina entrou em conflito com outras áreas do governo por projetos de infra-estrutura na floresta amazônica. Seu ministério se enfraqueceu politicamente no começo de 2007, quando Lula dividiu o Ibama para apressar a aprovação de projetos de energia.
— Problemas de saúde, incluindo doenças tropicais e envenenamento por metais deixaram Marina hospitalizada por longos períodos.