“É normal o homem desejar ver a esposa com outro homem? Eu sinto essa vontade e, conversando com minha mulher, ela me confessou que se excita com a ideia, mas não sabe se teria coragem. Digo que não vou mais tocar no assunto e ela pede para continuar a falar. Tenho medo de perdê-la, que ela se libere e me engane, pois apesar de me cuidar muito bem, tenho 46 anos e ela somente 25. Aguardo sua opinião! Obrigado!”
Essa é uma fantasia que faz parte do repertório de fantasias do universo masculino. Ela está repleta de significados que estimulam o erotismo e excitam.
Para alguns homens, a fantasia intensifica os sentimentos de poder e virilidade, afinal ele conquistou alguém que provoca desejos em outro. Também, pode ser uma maneira dele ativar seus próprios desejos pela parceira, através do olhar e da aprovação alheia.
Nem todo homem quer concretizar a fantasia, se satisfaz apenas imaginando. Outros, compartilham com suas parceiras e usam como um faz-de-conta, durante a transa.
Para o casal que deseja realizar a fantasia, dúvidas e incertezas aparecerão. É comum a mulher sentir medo da avaliação e do julgamento do marido ao vê-la tendo prazer com outro homem na cama. Pode gerar constrangimentos, inibição durante o desempenho ou provocar recusa.Para a mulher, a fantasia pode ser entendida como uma mexida na rotina sexual do casal, ser a concretização da sua própria fantasia ou pode estar associada à falta de amor do parceiro por ela.
Caro leitor, suas inseguranças também são comuns entre os homens. Sabemos que não controlamos as sensações, emoções e sentimentos do outro e tampouco as nossas durante e após uma experiência, portanto os riscos existem. Tudo pode servir apenas como um combustível para a vida sexual do casal ou se transformar num grande problema – uma vez aberta a “Caixa de Pandora”.
Como tentativa de evitar problemas, o casal deve explorar bem o assunto. Aproveite a abertura de sua esposa para falarem de seus receios, inseguranças e limites de cada um para a realização da fantasia. Regras e acordos podem ajudar a estabelecer os limites.
* Fátima Protti é psicóloga, terapeuta sexual e de casal. Pós-graduada pela USP e autora do livro "Vaginismo, quem cala nem sempre consente". Escreva para a colunista: delas_amoresexo@ig.com.br.