O treinador Dunga e toda a comissão técnica que integrou a Seleção Brasileira na Copa da África foram demitidos na tarde deste domingo pelo presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira. A demissão foi comunicada em Johannesburgo horas depois de o técnico, em seu desembarque em Porto Alegre (RS), afirmar que dentrou de duas semanas conversaria com Teixeira para saber sobre seu futuro, sinalizando, inclusive, que poderia permanecer no cargo.
Um informe publicado às 15h44 na página da CBF informa sobre a decisão. Diz a nota: "Encerrado o ciclo de trabalho que teve início em agosto de 2006, e que culminou com a eliminação do Brasil da Copa do Mundo da África do Sul, a CBF comunica que está dispensada a comissão técnica da Seleção Brasileira. A nova comissão técnica será anunciada até o final deste mês de julho."
Fazem parte do grupo demitido o auxiliar técnico Jorginho, o supervisor Américo Faria – que seguiu para o Rio Grande do Sul com Dunga – e o médico da Seleção, José Luiz Runco, que chegou durante a madrugada ao Rio de Janeiro.
Apesar do tom amistoso e conciliador de sua declaração ao desembarcar em Porto Alegre, Dunga já havia afirmado, na entrevista após a derrota do Brasil para a Holanda, na sexta-feira, que "todos sabiam" que seu compromisso com a Seleção era de permanecer quatro anos – encerrados em 2010.
Antes da eliminação nas quartas de final da Copa, o técnico obteve êxitos. Comandou a conquista da Copa América, em 2007, e da Copa das Confederações, em 2009. O "estilo Dunga", no entanto, rendeu problemas à CBF. Em sua entrevista após a escalação dos convocados para a Copa, no Rio, Dunga se mostrou irritado com as críticas, feitas, principalmente, em relação à falta de atletas criativos no time.
Na concentração na África, foram constantes os atritos entre o treinador e a imprensa. O momento mais tenso foi quando Dunga, depois de dirigir-se ao repórter Alex Escobar, da TV Globo, balbuciou palavrões que foram captados pelos microfones, causando constrangimento e rendendo um editorial de repúdio a sua postura durante o Fantástico, programa dominical da emissora.
O assessor de imprensa da CBF, Rodrigo Paiva, explicou que a decisão foi anunciada antes do retorno do presidente da CBF devido à necessidade de ter uma nova equipe até o fim deste mês. Segundo Paiva, no dia 18 de agosto a Seleção tem uma partida agendada nos Estados Unidos, contra a seleção norte-americana. Por exigência da Fifa, é necessário que a convocação e a equipe técnica estejam definidas 15 dias antes da partida.
Veja.Com