Policiais militares estouraram mais uma “boca-de-fumo” que funcionava na Cadeia Pública do Carumbé ao apreender 201 trouxinhas de drogas escondidas nas alas G, H, J e B, onde estão os 51 detentos que se amotinaram horas antes. Junto com a droga, os PMs apreenderam três celulares, todos pré-pagos. A apreensão ocorreu anteontem, por volta das 16 horas, cerca de duas horas após o término da rebelião.
Segundo informações da PM, foram apreendidos também 30 chuços, armas artesanais confeccionadas com pedaços de metais, além de um pedaço de serra usada para cortar grades, embora a polícia tenha constatado que nenhuma barra tinha sido cortada pelos detentos.
Entre as drogas, os policiais e agentes prisionais localizaram 129 trouxinhas de maconha e 72 de pasta-base. “Eles iriam vender a droga por diversos preços, entre R$ 5 e R$ 10”, explicou um policial. Na semana passada, os PMs apreenderam trouxinhas, em tamanho pequeno, que eram vendidas por R$ 3.
Na parte da manhã, 53 sentenciados da Cadeia Pública do Carumbé se amotinaram e só voltaram para as celas cerca de uma hora depois. Eles conseguiram da direção do presídio a análise processual de 13 detentos que garantem ter direito à progressão de pena. A lista de exigências inclui aida a presença de um assistente social, um médico e um dentista que não existem na prisão.
O motim começou às 11h20, na ala G, onde os presos começaram a jogar pedras e renderam o agente prisional Alexandre Cândido. Policiais militares usaram balas de borracha e gás de efeito moral para conter a rebelião. Havia várias pessoas na administração, além dos funcionários, e todos foram obrigados a sair às pressas do prédio.
A partir daí, os detentos levaram o agente prisional para o fundo de uma das celas e anunciaram a abertura de negociações. Os demais presos, no entanto, não participaram do motim, permanecendo em suas alas e celas, e alguns inclusive, continuaram trabalhando.
Segundo a representante da Comissão de Direitos Humanos da OAB, Betsey de Miranda, os presos acreditam que têm direito à liberdade condicional ou regime semi-aberto. Por isso, se rebelaram. “São 13 processos que vamos analisar se existem mesmo direito à progressão de pena”, explicou.
DC