O deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), integrante da CPI dos Sanguessugas,está em Cuiabá a fim de buscar dados para municiar os trabalhos da comissão. O inquérito já tem mais de 800 páginas.
Os dados da quebra de sigilo telefônico repassados pela Polícia Federal à CPI são parciais. Embora o banco de dados contenha as ligações telefônicas realizadas em agosto e setembro por Jorge Lorenzetti, Oswaldo Bargas, Expedito Veloso e Gedimar Passos – apontados pela PF como responsáveis pela operação de compra do dossiê, além de Freud Godoy e Valdebran Padilha – a comissão não tem os cadastros dos usuários que se comunicaram com os números.
A comissão também não tem depoimentos recentes como os do presidente licenciado do PT, deputado Ricardo Berzoini, e do piloto de táxi aéreo Tito Lívio, que seria contratado para levar o R$ 1,75 milhão a Cuiabá. “Vou acompanhado de um funcionário da CPI. Se houver mais informações, trarei”, diz Gabeira, que quer se reunir com o delegado responsável pelo inquérito, Diógenes Curado Filho.
A CPI ainda quer esclarecer uma conexão que a quebra de sigilo telefônico revelou: Hamilton Lacerda, ex-assessor da campanha do senador Aloizio Mercadante (PT-SP) e apontado como “o homem da mala” – segundo a PF, foi ele quem levou o dinheiro ao Hotel Ibis – telefona para números do Rio em áreas da capital e do interior. Na documentação enviada à CPI, nenhum está identificado.
A suspeita é de que Lacerda não teria sido apenas o portador do dinheiro entregue a Gedimar Passos, como também teria ajudado a arrecadá-lo. Além disso, é de Nova Iguaçu, no Rio, a casa de câmbio Vicatur, de onde a PF acredita terem saído parte dos dólares. Em Brasília, o desafio será reunir deputados e senadores para aprovar dezenas de requerimentos apresentados. A oposição deverá se preparar para os depoimentos de três envolvidos – Gedimar Passos, Valdebran Padilha e Jorge Lorenzetti – na próxima semana.