Vamos assinar sem parar nesta segunda-feira, terça, quarta, quinta, sexta-feira, e a mesma coisa na semana seguinte, alertou, em Nova York, há dez dias, em sua única coletiva de imprensa desde a sua eleição.
Após um primeiro fim de semana na Casa Branca marcado por protestos em massa de opositores em Washington e em outros lugares, o presidente republicano quer agir rapidamente. No curto prazo, deve, no entanto, enfrentar um grande obstáculo: sua equipe está longe de ser operacional.
Apenas dois membros de seu governo &ndash James Mattis à frente do Pentágono e John Kelly como secretário de Segurança Interna &ndash foram confirmados pelo Senado até à data.
Mas o caminho agora parece claro para um dos principais: Rex Tillerson, ex-chefe da ExxonMobil, escolhido para liderar a diplomacia americana.
Até então, o executivo americano se mostrara muito evasivo sobre o conteúdo das decisões futuras, bem como sobre o calendário.
Domingo, Trump afirmou que iria começar a renegociar o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta) com os líderes do Canadá e do México, com quem deve se reunir em breve. Uma reunião com o presidente mexicano Enrique Peña Nieto está marcada para 31 de janeiro.
Trump, que prometeu durante sua campanha construir um muro na fronteira entre o seu país e o vizinho, financiado pelo próprio México, disse que espera resultados muito bons com esse país em matéria de migração e de segurança.
O novo presidente poderia ainda acabar com o programa DACA, estabelecido por Barack Obama em 2012 e que permitiu a mais de 750.000 jovens imigrantes ilegais a obter visto de moradia e trabalho.
&ndash Mudanças na Suprema Corte &ndash
Sobre o meio ambiente e o clima, a administração Trump prometeu acabar com a guerra contra o carvão e poderia suprimir muitos regulamentos implementados pela administração Obama.
Também poderia mudar significativamente a atribuição de fundos internacionais para a luta contra as mudanças climáticas.
Trump prometeu igualmente que iria anunciar dentro de duas semanas o nome daquele que ele tem a intenção de propor para substituir, na Supremo Corte de Justiça, o juiz Antonin Scalia, dizendo que ele tinha uma lista de 20 candidatos.
Acredito que esta é uma das razões pelas quais fui eleito. O povo deste país não aguenta mais o que está acontecendo na Suprema Corte, declarou.
Para muitas iniciativas importantes, como a construção do muro com o México, ele terá que passar pelo Congresso, único capaz de desbloquear os fundos para um projeto cujos contornos estão ainda por definir.
No domingo, Trump conversou por telefone com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e convidou-o para visitar Washington, em fevereiro.
Fonte de intensa especulação, um anúncio iminente sobre a polêmica promessa de transferir a embaixada americana em Israel de Tel Aviv para Jerusalém parecia ter sido rejeitada no domingo pela Casa Branca.
&ndash Martin Luther King ainda presente &ndash
Tal iniciativa romperia com a política adotada por grande parte da comunidade internacional, incluindo pelos Estados Unidos, segundo a qual o status de Jerusalém será resolvido por meio de negociação.
O executivo americano também descartou no domingo que o novo presidente dos Estados Unidos, cujo patrimônio e renda são um profundo mistério, tornará pública a sua declaração de imposto.
Ele não vai publicar seu imposto de renda. Esta questão foi discutida durante a campanha e isso não interessa às pessoas, declarou Kellyanne Conway, sua conselheira mais próxima.
Um ONG anticorrupção, Citizens for Responsibility and Ethics in Washington (Crew), anunciou que iria acionar a justiça nesta segunda-feira por violação da Constituição em relação as receitas que ainda recebe de países estrangeiros.
Na sexta-feira, alguns minutos depois de tomar posse no Salão Oval, Trump assinou seus primeiros decretos de valor bastante simbólico.
Assim como seus antecessores, já modificou vários elementos decorativos, substituindo inclusive as cortinas roxas por cortinas douradas.
O busto de Martin Luther King permanece no mesmo lugar, bem como o famoso Resolute desk, utilizada pelos presidentes há décadas.
 
 
 
 
 
 
 
ISTOÉ