domingo, 22/12/2024
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Dólar sobe após Fitch rebaixar perspectiva do Brasil; mercados aguardam Copom

Crise política, deterioração da economia, possível novo corte da taxa de básica de juros, rebaixamento da perspectiva de rating do Brasil pela agência Fitch. A quarta-feira (6) começa tensa para quem investe no país.

Às 9h14, o dólar avançava 1,00% ante o real, a R$ 5,6356. Os valores seguem a tendência dos últimos dias, em que a moeda americana vai ganhando terreno em relação ao nosso dinheiro.

Se o Copom, que se reúne nesta quarta, baixar ainda mais a taxa Selic, hoje em 3,75%, é possível que o câmbio reaja com força. Isso porque, com os juros baixos, o Brasil se torna um país menos atrativo para o mercado.

Nesta quarta-feira, o Banco Central ofertará até 10 mil contratos de swap cambial tradicional com vencimento em setembro de 2020 e janeiro de 2021. 

Histórico

Ruídos políticos domésticos e cautela na espera pela decisão do Banco Central sobre os juros, a ser anunciada nesta quarta (6), fizeram o dólar subir com força na sessão de terça-feira (5), mesmo em um dia de otimismo e de maior apetite por ativos de países emergentes no exterior.

O dólar comercial encerrou a sessão em alta de 1,23% cotado a R$ 5,590 na venda, na terceira alta consecutiva. Na segunda-feira, a moeda norte-americana à vista teve alta de 1,55%, a R$ 5,522 na venda. 

Os mercados internacionais voltavam as atenções para países como a Itália e alguns estados norte-americanos, que começam a relaxar medidas de isolamento em casa a partir desta semana., conforme os números de contaminações e mortes por Covid-19 perdem força.

Isso aumentou a tolerância dos investidores por ativos de risco e fez com que o dólar chegasse a operar em queda frente ao real no início da manhã. No entanto, o clima doméstico no Brasil segue incerto após semanas de tensões entre os poderes e a saída de Sergio Moro do cargo de ministro da Justiça. 

Moro prestou depoimento à Polícia Federal de Curitiba em 2 de maio. A CNN Brasil teve acesso à íntegra do depoimento de Moro, em que o ex-ministro detalha momentos em que teria sofrido pressão do presidente Jair Bolsonaro para trocar o comando da superintendência no Rio de Janeiro. Os documentos foram divulgados no final da tarde pelo canal.

“Já vamos continuar convivendo com dados macro ruins e, no caso brasileiro, acrescenta-se ainda o cenário político”, disse Denilson Alencastro, economista-chefe da Geral Asset, sobre os movimentos do câmbio. “Os rumos são difíceis de prever após a saída do ex-ministro Sergio Moro.”

Enquanto isso, os investidores ainda esperam o resultado da reunião de política monetária do Copom, que será divulgado na quarta-feira. A maior parte das projeções aguardam corte de 0,5 ponto na Selic, o que a levaria dos atuais 3,75% para a nova mínima histórica de 3,25%.

Os cortes sucessivos da taxa têm sido fator de pressão sobre o real, uma vez que reduzem os rendimentos de investimentos atrelados aos juros básicos, tornando o Brasil menos atraente quando comparado a países com juros maiores e nível de risco semelhante.

No ano de 2020, nesse cenário de juros baixos, incerteza econômica e tensões políticas, o dólar acumula alta de quase 40% contra a moeda brasileira.

O Banco Central realizou nesta sessão leilão de até 10 mil contratos de swap cambial tradicional com vencimento em setembro de 2020 e janeiro de 2021, em que vendeu o total da oferta.

*Com Reuters/  CNN Brasil Business, em São Paulo*

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Parmenas Alt
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