Mercados seguem acompanhando desdobramentos do aumento de tropas russas na Ucrânia
Os principais indicadores do mercado financeiro brasileiro fecharam no campo positivo nesta quarta-feira, 2, em um dia de negócios reduzidos pelo horário especial de Carnaval e com o aumento da intensidade dos confrontos na Ucrânia no radar. Investidores seguiram acompanhando os efeitos que as novas sanções impostas à Rússia terão no mercado internacional, além dos impactos de uma iminente subida dos juros nos Estados Unidos após declarações do Federal Reserve (Fed) nesta tarde. O dólar encerrou com queda de 0,94%, cotado a R$ 5,107. O câmbio chegou a bater a máxima de R$ 5,224, enquanto a mínima não passou de R$ 5,103. Seguindo o bom humor dos mercados internacionais, o Ibovespa, referência da Bolsa de Valores brasileira, fechou com alta de 1,8%, aos 115.173 pontos. Este foi o maior salto diário do pregão desde o dia 25 de janeiro, quando registrou alta de 2,1%.
A invasão da Ucrânia por tropas russas chegou ao seu sétimo dia com o endurecimento dos combates nas principais regiões do país, incluindo a capital Kiev. A Assembleia-Geral das Nações Unidas (ONU) aprovou nesta quarta-feira uma resolução que condena a Rússia pela ação militar. Ao todo, 141 países votaram a favor, incluindo o Brasil. A Bolsa de Valores de Moscou permaneceu fechada pelo terceiro dia seguido com o agravamento dos conflitos na Ucrânia. O Banco Central da Rússia não abre para negócios desde a segunda-feira, 28, em meio à sequência de sanções financeiras impostas pelo Ocidente para isolar o Kremlin. Os mercados devem permanecer fechados até o próximo sábado, 5, com exceção das operações cambiais. O rublo russo bateu novo recorde negativo nesta manhã ao atingir a cotação de 112,5 por dólar. A moeda oficial do país sofre um rebaixamento sem precedentes desde a invasão das tropas de Moscou no território da Ucrânia, mas recuperou parte do terreno e encerrou o dia com a cotação de 95,35 por dólar.
Ainda no cenário internacional, o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou mais cedo que a autoridade monetária deve elevar os juros nos EUA no encontro agendado para este mês. Atualmente, os taxas norte-americanos estão entre 0% e 0,25%, a despeito da constante escalada da inflação aos consumidores nos maiores patamares em 40 anos. A alta dos juros já é sinalizada pelo Fed há meses e segue a estratégia de retirada de estímulos criados para manter as atividades aquecidas durante a pandemia da Covid-19. O aumento dos juros pelo Fed impacta nos mercados globais, principalmente os emergentes, por atrair dólares ao Tesouro norte-americano, considerado um dos investimentos mais seguros do mundo.
JovemPan