A elevação do Brasil para grau de investimento pela Fitch mandou o dólar nesta quinta-feira para os menores níveis desde janeiro de 1999. A moeda americana encerrou o dia a R$ 1,639, em baixa de 1,03%. É a menor cotação de fechamento desde 20 de janeiro de 1999, dias após o Brasil adotar a livre flutuação do real em meio a uma grave crise econômica.
A promoção do País para “BBB-” confirmou o otimismo recente do mercado, que em várias sessões circulou rumores sobre a iminente decisão da Fitch. Em 30 de abril, a Standard & Poor”s foi a primeira grande agência a considerar o Brasil como um lugar seguro para investimentos.
A expectativa do mercado é que, com a chancela de mais uma agência, o fluxo de dólares para o País alcance um novo patamar no longo prazo. Muitos investidores instituicionais precisavam do aval de duas agências para aportar recursos no Brasil.
O efeito no curto prazo, no entanto, deve ser limitado, já que o cenário internacional de risco permanece, ponderou Roberto Padovani, estrategista de investimentos sênior para a América Latina do banco WestLB do Brasil.
“Não muda muita coisa. Isso já vinha sendo antecipado”, acrescentou, em referência à queda que já havia ocorrido nos últimos dias somente com a expectativa de elevação.
A decisão da Fitch derrubou um dólar que já operava em queda. Segundo Valter Alves, operador da SLW Corretora, a baixa vista ao longo da sessão ocorria por conta da disputa pela formação da última Ptax (taxa média do dólar) do mês.
A Ptax é usada como referência para a liquidação de contratos futuros e outros derivativos. Os investidores que venderam dólares no mercado futuro tentam derrubar o preço da moeda para encerrar o mês com uma posição mais favorável, e os agentes que compraram dólares atuam no sentido oposto.
A atuação do Banco Central no mercado à vista, mais uma vez, teve pouca influência sobre a taxa de câmbio. A autoridade monetária definiu taxa de corte a R$ 1,6485 e aceitou, segundo um operador, ao menos três propostas.
F:Invertia