O dólar caiu nesta quarta-feira, acompanhando o segundo dia de otimismo nos mercados após o corte do juro norte-americano, e fechou no menor patamar desde que as turbulências com o setor de crédito imobiliário ganharam força, no final de julho. Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), fechou em alta de 1,06% com 57.264 pontos.
A moeda norte-americana recuou 0,43 por cento, para 1,869 real, menor cotação desde 25 de julho.
No dia 26 de julho, a preocupação com as perdas no mercado norte-americano de crédito de alto risco (subprime) fez o dólar disparar mais de 3 por cento.
Os negócios desta quarta-feira voltaram a ser influenciados pela redução de 0,50 ponto percentual da taxa básica de juros dos Estados Unidos. A intensidade da reação, porém, não foi a mesma da véspera: Wall Street, que na terça-feira teve o melhor desempenho desde 2003, registrava nesta tarde alta inferior a 1 por cento.
Com a menor euforia, o mercado de câmbio também reduziu o volume de negócios –que na véspera superou 4 bilhões de dólares– e abriu espaço para ajustes.
“Aqui o mercado está tranquilo, não tem pressão nenhuma com relação a (alguma) operação de grande porte”, disse Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora de Câmbio.
Mesmo com o dólar de volta ao patamar pré-crise, o Banco Central manteve-se fora do mercado à vista. O último leilão de compra de moeda estrangeira foi feito em 13 de agosto.
De acordo com Sidnei Nehme, diretor-executivo da NGO Corretora, “espera-se que o Banco Central retorne ao mercado com seus leilões de compra… para fechar o ano em torno de 200 bilhões de dólares (em reservas internacionais)”.
Galhardo, no entanto, citou dois pontos que justificam a ausência do BC: a queda do dólar tira força da inflação em um momento em que já se cogita o fim dos cortes do juro no Brasil e a própria turbulência reduziu o excesso de dólar que o BC poderia enxugar no mercado.
Segundo dados desta quarta-feira, a entrada líquida de divisas no país encolheu para 270 milhões de dólares no início de setembro.