O dólar fechou nesta quarta-feira, 10, no menor nível em 20 dias e terminou a quarta-feira em queda de 0,78%, a R$ 3,8234. Operadores destacam que a fraqueza da moeda americana no exterior contribui para o recuo aqui, enquanto investidores monitoraram discursos do governo brasileiro em evento com investidores em Nova York, que apontaram para a possibilidade de entrada de mais recursos externos no País. O ministro da Economia, Paulo Guedes, além de defender o ajuste fiscal, previu volume de arrecadação com privatizações de 20% a 40% acima da meta de US$ 20 bilhões do governo.
Também em Nova York, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, falou da possibilidade de mais fluxo externo para o Brasil. “Ocorreu grande fluxo internacional para emergentes, mas o Brasil não pegou uma parte justa”, disse ele em evento da XP Investimentos, o mesmo que Guedes participou. O dirigente mostrou preocupação com a desaceleração da economia mundial, mas disse que se o crescimento menor for administrável, os fluxos de capitais devem continuar para os emergentes. Campos Neto disse ainda que o BC quer criar um grupo para falar com investidores estrangeiros e que, com, reformas aprovadas, o governo pode considerar mudanças nos volumes das reservas internacionais.
Na Previdência, o Senado instalou a comissão especial para acompanhar a tramitação da proposta da reforma. A instalação era esperada, mas reforçou a visão nas mesas de câmbio de que a tramitação da reforma caminha de fato, disse um gestor de renda fica. Na terça à noite, o relator da reforma na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara deu parecer favorável à admissibilidade total da proposta de Jair Bolsonaro. Para o economista-chefe da Infinity Asset, Jason Vieira, apesar da demora na terça na leitura e do dia tenso na CCJ, o resultado veio dentro do esperado. A oposição, na ausência de força, fez barulho, disse ele, ao falar sobre a sessão tumultuada que marcou a leitura do parecer.
No exterior, o dólar estava fraco desde a manhã, com a divulgação de dado de inflação dos Estados Unidos, com o núcleo do índice mais fraco que o esperado, que reforçaram a visão de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) não deve elevar os juros tão cedo. À tarde, foi divulgada a ata da última reunião de política monetária do Fed, o anúncio mais esperado da semana, que reforçou essa visão. Para o estrategista em Toronto do Canadian Imperial Bank of Commerce (CIBC), Royce Mendes, a ata reforça a visão de paciência do Fed para subir juros, mas pouco faz para justificar a expectativa do mercado de queda nas taxas.
EstadãoConteúdo/Istoé